ATA DA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 05-7-2000.

 


Aos cinco dias do mês de julho do ano dois mil reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Carlos Nedel, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Paulo Brum, Pedro Américo Leal e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gilberto Batista, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Dib, José Valdir, Luiz Braz, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e instalada a Décima Primeira Sessão Legislativa Extraordinária. A seguir, o Senhor Presidente registrou as presenças da Senhora Iara da Costa Ramos, Psicóloga da Câmara Municipal de Porto Alegre, e dos Senhores Patrícia Mattia Goren Tasca, Rodrigo Lages e Silva, Luís Antônio Sieben, Ângela Regina Dias da Silva e Juliana Amoretti, estagiários da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC - RS, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra à Senhora Iara da Costa Ramos, que procedeu ao relato das atividades desenvolvidas pelo Serviço de Psicologia da Câmara Municipal de Porto Alegre junto aos funcionários da Casa. Na ocasião, os estagiários manifestaram-se a respeito do trabalho realizado por Suas Senhorias neste Legislativo, tendo a Senhora Juliana Amoretti procedido à entrega, ao Senhor Presidente, de exemplar do trabalho monográfico, de sua autoria, intitulado “Psicologia Política: A Representação Social da Câmara Municipal de Porto Alegre”. Às nove horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às nove horas e quarenta e um minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi apregoado o Ofício nº 352/00 (Processo nº 2073/00), de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando que Sua Excelência ausentar-se-á do Município do dia seis ao dia oito de julho do corrente, quando participará de Audiência Pública a ser realizada na Câmara Municipal de Fortaleza – CE, com o tema “Orçamento Participativo e Democratização da Gestão Pública”, bem como de debate público sobre a experiência administrativa da Prefeitura Municipal de Porto Alegre a ser realizado na cidade de Campinas - SP. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Helena Bonumá teceu considerações sobre o Projeto de Lei do Executivo nº 023/99 (Processo nº 2694/99), que estabelece normas transitórias para o regime previdenciário dos funcionários públicos municipais, afirmando que esse Projeto deve ser levado à votação durante a presente Sessão, uma vez que, no entender de Sua Excelência, essa proposta já foi suficientemente debatida pela Casa. O Vereador João Dib contraditou o pronunciamento da Vereadora Helena Bonumá, declarando que o Executivo Municipal está acelerando o processo de votação do Projeto de Lei do Executivo nº 023/99, evitando que uma análise mais acurada desse Projeto viabilize uma proposta consensual sobre o tema. Também, manifestou-se quanto às condições de publicização da presente Sessão Legislativa Extraordinária. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos a respeito da presente convocação extraordinária deste Legislativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D’Avila pronunciou-se contrariamente ao parecer exarado pela Comissão de Economia, Finanças e Orçamento quanto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 057/00, externando sua opinião sobre questões que envolvem a segurança pública no Município e no Estado. Também, manifestou-se a respeito das alterações no regime previdenciário dos funcionários do Município, propostas pela pelo Executivo Municipal. O Vereador Luiz Braz, tecendo considerações acerca da convocação extraordinária deste Legislativo para a apreciação, dentre outros, do Projeto de Lei do Executivo nº 023/99, manifestou-se quanto a importância do encaminhamento, pelo Executivo Municipal, dos cálculos atuariais relativos a esse Projeto. Também, referiu-se à política salarial implementada pela Prefeitura de Porto Alegre em relação aos seus servidores. O Vereador Reginaldo Pujol externou sua contrariedade aos posicionamentos adotados pelo Executivo Municipal quanto à tramitação do Projeto de Lei do Executivo nº 023/99. Nesse sentido, ressaltou a necessidade da apresentação de dados técnicos que darão o suporte necessário à apreciação desse tema e mencionou a aposição, pelo Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, de Mensagem Retificativa ao referido Projeto. O Vereador Cláudio Sebenelo, discursando acerca do regime previdenciário do Município, examinou a função social a ser exercida pelo fundo previdenciário, defendendo a realização de estudos mais amplos em torno da proposta apresentada pelo Executivo e sustentando existirem pontos do Projeto de Lei do Executivo nº 023/99 que necessitam de maiores esclarecimentos e de uma análise técnica mais aprofundada. O Vereador Fernando Záchia analisou notícias publicadas na imprensa local, que versam sobre irregularidades cometidas por algumas seguradoras de veículos em relação à escolha de oficinas mecânicas e ao uso de peças de reposição nos automóveis sinistrados. Também, criticou o encaminhamento dado pela Prefeitura Municipal ao Projeto de Lei do Executivo nº 023/99, que estabelece normas de transição relativas ao regime de previdência social dos servidores públicos. O Vereador Lauro Hagemann manifestou-se contrariamente à votação imediata do Projeto de Lei do Executivo nº 023/99, que trata do regime previdenciário municipal, ressaltando os efeitos que as decisões tomadas por esta Casa acarretarão ao funcionalismo municipal e propugnando pela realização de uma audiência pública entre o Executivo Municipal e as entidades representativas dos funcionários do Município, para um debate amplo sobre as modificações propostas. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos do Instituto Estadual Ruben Dario, da cidade de Sapucaia do Sul – RS. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Fernando Záchia, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/99 (Processo nº 1700/99). Ainda, foram apregoadas as seguintes Emendas, relativas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/99 (Processo nº 1700/99): de nº 02, proposta pelo Vereador Fernando Záchia e assinada pelo Vereador João Dib, Líder da Bancada do PPB; de nº 03, de autoria do Vereador João Dib, Líder da Bancada do PPB. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador João Motta justificou as convocações extraordinárias desta Casa, feitas pelo Poder Executivo, como recursos legais para viabilizar o debate acerca de temas importantes para a Cidade de Porto Alegre. Ainda, reportou-se a pesquisas de opinião pública recentemente realizadas, as quais se referem ao trabalho desenvolvido por este Legislativo. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e os Vereadores Adeli Sell, Nereu D’Avila e Hélio Corbellini formularam Requerimentos verbais, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Após, o Vereador Nereu D’Avila solicitou a retirada de tramitação do Requerimento verbal formulado por Sua Excelência, anteriormente mencionado, o que foi deferido pelo Senhor Presidente. Foi rejeitado o Requerimento verbal do Vereador Adeli Sell, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por onze votos SIM e dezoito votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Adeli Sell, Cláudio Sebenelo, Guilherme Barbosa e João Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Motta, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maristela Maffei e Renato Guimarães e Não os Vereadores Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gilberto Batista, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou as presenças do Coronel Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul, e do Coronel Renato Ribas Dangui, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Oeste, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João Dib, solicitando fossem as Emendas nºs 02 e 03, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/99 (Processo nº 1700/99), dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foi apregoada a Emenda nº 02, proposta pelo Vereador João Carlos Nedel e assinada pelo Vereador João Dib, Líder da Bancada do PPB, ao Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 007/00 (Processo nº 0403/00). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/99, com ressalva das Emendas nºs 02 e 03 a ele apostas, por trinta e um votos SIM e um voto NÃO, em verificação de votação solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, após ser igualmente aprovado em sua votação simbólica, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, João Dib, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Reginaldo Pujol e Guilherme Barbosa e encaminhado à votação pelos Vereadores Fernando Záchia e Adeli Sell, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco e Não o Vereador Lauro Hagemann. Após, foram aprovadas as Emendas nºs 02 e 03 apostas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/99. Na oportunidade, o Vereador João Carlos Nedel manifestou-se sobre os trabalhos da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/00, com ressalva da Emenda nº 01 a ele aposta, por vinte e cinco votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Hélio Corbellini, Nereu D’Avila, Helena Bonumá, Cláudio Sebenelo, João Dib e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Renato Guimarães, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Gilberto Batista, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Maristela Maffei, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Após, foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/00. Na oportunidade, os Vereadores Luiz Braz e Reginaldo Pujol manifestaram-se, respectivamente, acerca dos trabalhos da presente Sessão e sobre a votação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/00. Também, o Vereador Isaac Ainhorn solicitou fosse registrado seu posicionamento favorável à aprovação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/00. Às doze horas e trinta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e três minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o Vereador Isaac Ainhorn formulou Requerimento verbal, posteriormente retirado de tramitação pelo Autor, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador Reginaldo Pujol, através de Questão de Ordem, manifestado-se a respeito. Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Antônio Losada, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Giovani Gregol, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pela Suplente Saraí Soares, informando o impedimento de Sua Excelência em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Antônio Losada. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 211/97, após ser discutido pelo Vereador Renato Guimarães. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 130/99, o qual foi discutido pelos Vereadores Pedro Américo Leal, Adeli Sell, Elói Guimarães, Cláudio Sebenelo e Giovani Gregol, tendo o Vereador José Valdir cedido seu tempo de discussão ao Vereador Giovani Gregol. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e professores da Escola Especial Luciana Borges, de Porto Alegre. Também, foi apregoado o Ofício nº 354/00 (Processo nº 2088/00), de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando que Sua Excelência ausentar-se-á do Município nos dias onze e doze de julho do corrente, quando participará da Reunião da Secretaria Regional da América Latina e Caribe - METROPOLIS, a ser realizada na cidade do Rio de Janeiro - RJ, e solicitando autorização legislativa para ausentar-se do País no dia treze de julho do corrente, para participar da cerimônia de posse do Senhor Mariano Arana no cargo de Intendente da Cidade de Montevideo, Uruguai. Às quinze horas e trinta e um minutos, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Motta, Paulo Brum e Renato Guimarães e secretariados pelo Vereador Paulo Brum, como secretário “ad hoc”. Do que eu, Paulo Brum, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada por todos os Senhores Vereadores presentes.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Motta): Esta Presidência convida a Dr.ª Iara Ramos, Psicóloga da Câmara Municipal de Porto Alegre, para que, junto com parte da equipe dos nossos estagiários, façam um breve relato do trabalho que está sendo concluído na Câmara Municipal.

Parte desse trabalho, na opinião da Presidência, exemplarmente feito pelos estagiários que, agora, será apresentado pela Dr.ª Iara aos senhores e senhoras vereadoras, pode ser parte de um programa de recursos humanos para a Câmara Municipal de Porto Alegre, que a Mesa, através desta Presidência, está discutindo com a Universidade Federal do Rio grande do Sul e a Secretaria Municipal da Administração.

Publicamente um agradecimento e parabenizo a Dr.ª Iara e sua equipe pelo trabalho executado.

A Dr.ª Iara fará um breve relato de todas as atividades desenvolvidas, como forma de prestar contas sobre o trabalho exemplarmente executado pela equipe de Psicologia.

 

A SRA. IARA RAMOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, a todos os presentes, o meu bom dia.

Estamos aqui, na Câmara, desde 15 de outubro de 1997, quando foi instalado o Serviço de Psicologia para fazer o acompanhamento aos funcionários e à Câmara como um todo.

Desde a implantação do trabalho, o Serviço de Psicologia vem trabalhando com a inter-relação dos diversos setores, tanto grupal quanto individual, onde vem propiciando um espaço de escuta, orientação e encaminhamentos que necessitem de uma atenção especial. Muitos foram os movimentos desse Setor para atender às demandas dos funcionários e, fundamentalmente, entender as relações mantidas nos grupos e os setores dentro da instituição.

Nosso trabalho não se propôs trabalho individual, mas a um trabalho grupal, numa inter-relação com a Mesa Diretora, com a Presidência e com as cinco Diretorias.

Desde já, nós temos a agradecer o interesse e o prestígio demonstrados por todos ao longo desse tempo, tornando viável o nosso trabalho. Também o trabalho junto à Faculdade de Psicologia da PUC, que nos tem fornecido estagiários para, na sua formação, poderem aprender; aprendemos com a PUC toda a fundamentação da psicologia institucional, base do nosso trabalho.

O trabalho foi proposto e realizamos grupos operativos com setores. Nós trabalhamos a inter-relação funcional e realizamos acompanhamentos aos estagiários deficientes, por proposição da Mesa, que abriu um espaço na Câmara para um trabalho junto aos portadores de deficiência. Atualmente são quinze estagiários, alunos de Escolas Especiais, da SMED, e do COPA-FADERGS.

Os encaminhamentos, que são necessários, são feitos às instituições fora da Câmara para um tratamento devido: ou familiar, ou individual, ou uma outra situação que precise de cuidados especiais.

Também realizamos um seminário com a Diretoria de Atividades Complementares, onde foi feito todo um trabalho de acompanhamento, que culminou no seminário, que fez parte das reivindicações para o fórum que aconteceu com os funcionários na Câmara.

Foi feito, anteriormente, um grupo com familiares, logo na nossa implantação, para os dependentes químicos, onde realizamos entrevistas e grupos com uma entidade que acompanhou os funcionários e seus familiares.

Nós, há dois anos, apresentamos o trabalho de implantação do serviço de psicologia na Câmara, aliás, esta é a primeira Câmara Municipal, no Brasil, que tem um Serviço de Psicologia que acompanha os funcionários e a Casa como um todo.

Esse trabalho foi apresentado em Buenos Aires. Recentemente, recebemos o convite do Conselho Federal de Psicologia para apresentar, em outubro, no Ainhembi, onde terá uma Mostra Nacional de Trabalhos de Psicologia.

No grupo de estagiários anteriores, tivemos um trabalho de pesquisa, em que os Vereadores participaram, com suas entrevistas, o que em muito contribuiu para o entendimento dinâmico da função do Vereador. Atualmente, nós concluímos um trabalho feito por uma das estagiárias em Psicologia, sobre as inter-relações da sociedade com a Câmara Municipal.

Ouviremos o Luís Sieben, que falará sobre um dos trabalhos desenvolvidos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. LUÍS ANTÔNIO SIEBEN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é uma honra podermos falar rapidamente sobre o trabalho realizado na Câmara, no Serviço de Psicologia.

A princípio, somos estagiários curriculares na área de Psicologia Institucional, através da PUC - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

O objetivo da Psicologia Institucional é promover a saúde e a prevenção, principalmente, através da técnica, por excelência, que é o trabalho com grupos operativos. Esses grupos operativos se realizaram em diversos setores durante todo o período em que existem estágios aqui, na área de psicologia.

O grupo operativo propicia a que as pessoas, a partir das dificuldades apontadas, tanto na sua tarefa, na execução desta, quanto nos relacionamentos que implicam seu trabalho profissional, possam pensar e refletir, buscando mudanças positivas que visem um melhor desenvolvimento, tanto profissional, quanto pessoal, na área em que elas executam.

De todos os grupos com os quais se trabalhou, através do Serviço de Psicologia, rapidamente, vou citar o grupo de Taquigrafia, onde realizamos o trabalho no semestre passado, trabalho coordenado por nós. Foi um grupo que, rapidamente, se apropriou do seu processo, discutindo, refletindo e buscando mudanças, colocando-se como um grupo que, realmente, atingiu os objetivos nesse curto espaço de tempo, sendo possível a continuação desse trabalho. O trabalho vai, provavelmente, continuar, melhorando cada vez mais a proposta que o próprio grupo estabelece, que é melhorar as condições do seu trabalho, as condições de execução da sua tarefa e melhorar os relacionamentos que implicam na melhor execução dessa tarefa, podendo propiciar, dessa forma, um bem-estar com a sua tarefa e com a sua execução profissional. Alguns setores e alguns trabalhos são altamente desgastantes, estressantes, repetitivos, precisando, para melhorar isso, momentaneamente, parar, repensar e poder redefinir algumas maneiras de executar essa tarefa e também de descobrir novas maneiras de se relacionar e de produzir relações e técnicas ou estratégias para que o grupo não adoeça. No fundo esta é a proposta: que se busque que o grupo não continue adoecendo devido à sua tarefa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. IARA RAMOS: Ouviremos a Ângela Regina da Silva sobre o trabalho de acompanhamento à Diretoria de Atividades Complementares.

 

A SRA. ÂNGELA REGINA DA SILVA: Eu realizei o processo de acompanhamento a uma das diretorias da Casa, que foi a DAC, que se propôs a escutar as necessidades e dificuldades dos seus funcionários na tarefa. Para isso, a Diretoria se dividiu em grupos por setores, que elegeram seus representantes para realizarem suas reuniões e discutirem suas necessidades. Todo esse processo culminou com o primeiro seminário interno da DAC, que teve a coordenação de sua diretoria, onde os funcionários puderam colocar-se, escutar seus colegas e eleger as prioridades das suas necessidades. Esse grupo continua num processo de crescimento, com muita criatividade, desenvolvendo, com muito profissionalismo seus trabalhos. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. IARA RAMOS: Ouviremos a Juliana Amoretti, que falará sobre a pesquisa.

 

A SRA. JULIANA AMORETTI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais presentes, eu gostaria de agradecer por este momento.

Quero citar um trabalho feito dentro do acompanhamento que o Setor de Psicologia, junto com o Setor de Recursos Humanos, realiza com os estagiários portadores de deficiência, que trabalham nesta Casa. Coordenei um grupo de estagiários que vem das escolas especiais; foi um grupo muito importante que teve um crescimento grande em nível de construção de identidade e de cidadania. Houve também a questão da sua interação e da apropriação no trabalho, reconhecendo um sentido no trabalho que estão fazendo. É um trabalho que continua e que está dando bastantes frutos.

Paralelamente ao Estágio Curricular da PUC, durante um ano, realizei uma pesquisa, como trabalho de conclusão, cujo projeto teve início em agosto e finalizará, com o relatório final, em julho deste ano. O título da pesquisa é Psicologia Política - a representação social que a comunidade tem acerca da Câmara Municipal de Porto Alegre. É um trabalho fundamentado nas teorias da psicologia política e das representações sociais; é um estudo exploratório que utilizou métodos quantitativos e qualitativos.

No estudo quantitativo, foram investigadas as pessoas que eram recebidas na recepção e abordadas para saber para onde se dirigiam, quando procuram a Câmara Municipal de Porto Alegre, qual o motivo da procura e quais os interesses que elas representam. Foram investigados cento e dez sujeitos e foi feita uma análise no SPSS que permitiu a inferência para verificar qual é a representação social que a comunidade tem da Câmara Municipal. Entre os resultados apareceu a instituição marcada fortemente pela figura do vereador, e a instituição com uma função assistencialista.

Na outra etapa da pesquisa, onde foi utilizada a metodologia qualitativa, foram realizadas entrevistas em profundidade, feitas análises do discurso, e os resultados mostraram uma representação social que a comunidade tem da Câmara, não relacionada com a função do Poder Legislativo. Os participantes da pesquisa mostraram um desconhecimento das funções próprias deste Poder Legislativo. Foi um trabalho realizado, considerando a Casa na dimensão institucional, funcional e política, sem fazer distinção político-partidária, ou pessoal, mas que acredito que seja de um significado importante para a Casa e para a comunidade terem essa visão da representação social que é feita desta Instituição.

Eu gostaria, já que o trabalho está finalizado, de entregá-lo nas mãos do Presidente, para que fique à disposição de todos os vereadores. Também me coloco à disposição para outras colocações. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): A Presidência e os demais membros da Mesa gostariam de fazer o agradecimento público pelo trabalho, pela exposição e colocar à disposição dos senhores vereadores e senhoras vereadoras, este trabalho específico, que foi sinteticamente apresentado pela Juliana Amoretti. E agradecemos, na pessoa da Dr.ª Iara da Costa Ramos, toda equipe, a própria Pontifícia Universidade Católica, PUC. E dizer, mais uma vez, da nossa disposição em nível de Presidência, e acredito que dos demais membros da Mesa, de levar adiante esse trabalho, tentando traduzir até o final do ano em um programa de capacitação, incorporando as áreas de assistência social, psicologia, gerenciamento e outros itens que pretendemos desenvolver, a partir de um contato inicial que já fizemos com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e também com a própria Secretaria Municipal de Administração.

Expomos ao Plenário parte do trabalho, que às vezes não é do conhecimento dos senhores vereadores e senhoras vereadoras, mas que é importante para qualificar, não só os nossos trabalhos aqui do Plenário, mas também o próprio funcionamento da Instituição, enquanto um ente público.

Agradecemos a presença de V. S.ªs. Parabenizamos toda equipe.

Suspendemos os trabalhos por um minuto, para as despedidas.

Estão Suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 9h39min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta - às 9h41min): Estão reabertos os trabalhos.

Recebemos um ofício do Sr. Prefeito Municipal comunicando a sua ausência a partir do dia 06, retornando dia 08 de julho à noite.

A Ver.ª Helena Bonumá está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, temos na nossa pauta de trabalho, nesta Sessão Extraordinária, projetos importantes para a nossa Cidade, projetos de alguns vereadores, mas principalmente do ponto de vista da Cidade, do funcionalismo e da nossa proposta, que trazemos como Bancada, temos para esta pauta Projeto que regulamenta, com normas transitórias, o sistema municipal de previdência. Esse Projeto entrou na Casa em agosto do ano passado, portanto, a quase um ano, e tem como referência de prazos a Emenda nº 20 da Constituição Federal e a legislação federal decorrente dessa Emenda, que trata da criação do sistema público de previdência e do sistema complementar de previdência. Nesse Projeto que tramita na Casa desde agosto do ano passado, tratamos, portanto, de normas transitórias, que no prazo originalmente de um ano e meio, depois pela Mensagem Retificativa de um ano, teremos um período de estruturação do sistema municipal, fazendo algumas mudanças que consideramos relevantes. A primeira delas é a criação de um fundo municipal, que passaria a ter os recursos da previdência do Município, fundo que se prevê seja feito por gestão conjunta dos funcionários, de uma representação da sociedade e do Governo Municipal.

Entendemos que o processo de tramitação do Projeto aqui na Casa garantiu o tempo necessário para que os Srs. Vereadores e as diferentes Bancadas analisassem o Projeto, a proposta do Executivo, e discutissem com o funcionalismo. Fizemos isso através da iniciativa do Ver. João Dib, numa Comissão Especial, que desde novembro do ano passado funcionou nesta Casa ouvindo as diferentes organizações do funcionalismo, debatendo os diferentes aspectos do Projeto, considerando parecer de especialistas e o debate nacional. Temos o nosso processo que instrui a tramitação desse Projeto. Temos referências da Previdência nos estados brasileiros, referências internacionais do sistema da previdência, portanto, a discussão que fazemos nesta Casa está sim, embasada em vários dados e na experiência concreta que no Brasil se desenvolve no gerenciamento e desenvolvimento desses sistemas de previdência, mais recentemente, posteriormente à Emenda nº 20 da Lei Federal.

Estamos criando, e é uma proposta para um ano, com normas transitórias para um ano, as quais fixam uma alíquota, porque a alíquota proposta pelo Governo, inicialmente, era progressiva. Posteriormente, devido, inclusive, à Justiça Federal, ao Supremo Federal, o Governo mandou uma mensagem retificativa para esta Casa, corrigindo e colocando a alíquota fixa de 8%, que, todos sabem, é a alíquota mínima do sistema geral de previdência. Essa alíquota vigorará até as normas definitivas que serão fixadas com base em um novo projeto que será enviado a esta Casa e, baseando-se também no debate e no estudo do cálculo atuarial que o Governo já está fazendo com uma consultoria especializada para isso, a qual já foi contratada. Portanto, com o Projeto que queremos aprovar hoje, nesta Casa, nós teremos um período transitório que fixa essa alíquota e que começa a implementar um fundo que entendemos ser da maior importância para a constituição do Sistema Público Municipal de Previdência Social para os funcionários.

É importante dizer que diferentes organizações do funcionalismo que estão comprometidas e preocupadas com essa questão, debateram e trouxeram propostas a esta Casa, e nós temos, sim, como Câmara de Vereadores, condições de votar esta matéria que passou, desde novembro do ano passado, no âmbito de uma comissão, e que é um projeto extremamente simples no que propõe. Ele pode ser complexo no que ele mexe, porque mexe, sim, em uma situação consolidada aqui em nosso Município, que é uma situação que está ao arrepio da legislação federal, mas ele mexe em benefício da criação de um fundo próprio para ser gestionado pelos funcionários e pelo Governo Municipal. É um fundo que terá de prestar contas aos funcionários, superando uma situação atual que temos no Município.

Entendemos que o Projeto é simples, ele tem condições de ser votado e não tira a possibilidade concreta que esta Casa terá de, em um prazo de um ano, voltar a analisar e estudar a matéria para criarmos as normas definitivas com a discussão do funcionalismo e desta Casa. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a ordem do quartel-general do Prefeito foi simples, mandou dizer “pt”, ou seja, “patrolar todos”; patrolar os servidores municipais, o Legislativo Municipal. Eu nunca havia visto coisa igual, e acompanho os trabalhos desta Casa, no mínimo, há trinta anos. Uma convocação extraordinária, onde a Mesa da Câmara Municipal não tomou conhecimento da mesma. O Primeiro Vice-Presidente não sabia, o Primeiro Secretário não sabia, as lideranças não sabiam. Nunca aconteceu isso! Eu já convoquei a Câmara, como Prefeito, mas conversando com a Presidência e com as lideranças. Eu já convoquei a Câmara como Vereador, conversando com as lideranças, acertando tudo. E tudo funcionou. Mas aqui não havia preocupação com os servidores; não havia preocupação, a não ser com os desígnios do quartel-general de S. Ex.ª, o Dr. Raul Jorge Anglada Pont. O que me leva a acreditar que eles até não estão querendo aprovar o tal Projeto. Acredito que não querem aprovar. A mesma coisa é a Pista de Eventos, eles sabem onde a Câmara não aceita, e eles propõem naquele lugar. Hoje, eles fazem a mesma coisa, para depois dizer que o Legislativo não quis fazer.

Falta seriedade, falta responsabilidade para o Executivo Municipal, que negou todas as coisas para a Comissão que aqui se instalou. E agora nos dizem que, a partir de novembro do ano passado, estávamos com uma comissão organizada. É verdade, novembro de 1999, mas em novembro de 1989, o Dr. Tarso Fernando Herz Genro, Vice-Prefeito no exercício da Prefeitura, determinava que se fizesse cálculo atuarial e se encaminhasse um projeto à Câmara Municipal. Dez anos de Executivo, depois de um exaustivo estudo, se dizia e se concluía que as viúvas deveriam ser pagas, as pensionistas deveriam ser pagas na plenitude, na forma da Constituição Federal. O que fez a Prefeitura? Negou até o último momento, para a Comissão Especial, condições de trabalhar. Apesar dos obstáculos colocados dentro da Casa para a Comissão, a Comissão encerrou a audiência das entidades representativas dos municipários, às 11h30min, do dia 27. Às 11h40min, do dia 27, havia uma Mensagem Retificativa que não dá para entender, não é fácil de interpretar e não atende às preocupações dos municipários. Mas, logo em seguida, também era pedido o malfadado artigo 81. Nós tínhamos prazo, e disso eu tenho convicção, até o dia 06 de agosto. Nós faríamos um trabalho - durante o recesso, sem Sessões organizadas -, ouvindo mais, para fazer um projeto que pudesse atender aos anseios dos municipários, porque é a vida dos municipários, não é uma coisa para brincar, para, em quarenta e oito horas, tentar decidir a vida de mais de vinte mil famílias. Mas, não nos deixaram. Nós poderíamos, no dia 06 de agosto, colocar neste Plenário um trabalho muito bem-feito, ajudado por todos, onde todos foram ouvidos.

A Prefeitura que, em novembro de 1989, determinava que se fizesse cálculo atuarial, em novembro de 1999, ainda não tinha, mas escondia isso. Então, eu não vi nada igual, eu nunca ouvi tanto atropelo, eu nunca fui atropelado como fui na Comissão Especial que tratou do problema. Eu nunca vi acontecerem as coisas que aconteceram e não vou detalhar, mas, se precisar, eu também faço: os pareceres da Comissão de Justiça que não apareceram até agora!?

De qualquer forma, eu fico por aqui mesmo, já que se encerra o tempo, dizendo que, se o Prefeito pensa que vai patrolar o Legislativo, é porque ele está esquecendo que a Lei Orgânica diz que são dois Poderes iguais e harmônicos entre si, no entanto, independentes. Saúde e paz. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Quero apenas registrar, Ver. João Dib, que este Vereador, estando na Câmara na última sexta-feira pela tarde, recebeu uma visita do Secretário Municipal da Administração, Dr. Ricardo Collar, que comunicou a essa Presidência a sugestão de pauta da Convocação extraordinária em nome do Sr. Prefeito Municipal.

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, ilustres visitantes que nos honram com a sua presença nesta manhã. Primeiramente desejo registrar a minha estranheza em relação a um assunto da semana passada, quando houve, de parte da Comissão de Economia, a CEFOR, uma manifestação contrária ao nosso Projeto que cria, ou que tenta criar, ou que está em tramitação, a Secretaria Municipal de Segurança. Isto é normal, as Comissões têm autonomia e naturalmente se manifestam. É claro que a Comissão de Economia não tem muito a ver com segurança, é pura obviedade, é o óbvio ululante. Agora o direito é inalienável de que desse a sua opinião. O estranhável, e que eu quero deixar registrado, é que o Presidente da Comissão, o Ver. Adeli Sell, enviou às Delegacias de Policias, ou pelo menos à 5ª DP - eu tenho comprovação -: “de” Adeli Sell “para” a 5ª DP, a informação, e ainda colocou, embaixo, “com abraços e cordialmente”, e tal. Deve ser amigo do delegado, dando o release da Câmara, distribuído, que a Comissão de Economia tinha sido contra. Estou estranhando essa atitude. Ou o Vereador quer que os delegados se manifestem contrários à criação, ou é contra a segurança, ou, enfim, quer fazer proselitismo eleitoral dentro das delegacias em cima de um projeto de um colega que quer criar a Secretaria Municipal da Segurança, e que é um assunto que é tão polêmico que ontem houve aqui, através da TV Câmara, um debate de todas as lideranças em relação à segurança. Então, eu deixo registrada essa atitude que o Vereador, à socapa, às escondidas, usando o reeaise da Câmara, tenta incompatibilizar, numa matéria tão importante quanto a segurança, certamente porque a Prefeitura não tem política de segurança, desprestigia a Guarda Municipal e, enfim, não assume o papel que os municípios terão, agora, através do Plano Nacional de Segurança, de assumir. Porque não é possível que continue, a insegurança, aumentando nesta Cidade, como está; sob a responsabilidade de um Partido que nada faz em segurança, mas fala muito em segurança no Estado, através de um Secretário que é poeta, muito culto, mas que não entende nada de segurança.

Com relação a esta Convocação extraordinária eu não vou nem entrar no mérito, nem hoje nem amanhã, durante essas discussões, da questão da previdência, se a questão do Montepio, se a questão da alíquota é maior ou menor, se futuramente os funcionários irão ter de aumentar as alíquotas, enfim, eu não vou entrar no mérito, porque entendemos é que houve uma comissão especial responsável, presidida por um Vereador responsável, como é o Ver. João Dib, houve uma comissão que estudou durante um tempo razoável, com assessoria muito competente essa situação. E durante este mês o Ver. Reginaldo Pujol - Relator - iria dar o seu veredicto até o final do recesso, e em agosto e setembro iríamos analisar, com calma, com tranqüilidade, como uma matéria dessa natureza merece de nós todos. Esse era o trâmite normal desse projeto da previdência, pela sua alta expressividade no bolso de milhares de funcionários e de todos aqueles que convivem com essa situação modificada pela Emenda Constitucional nº 20 e que não há como não se debruçar sobre o assunto. Mas a Câmara de Porto Alegre, sempre procurando, com tranqüilidade, com responsabilidade, e é elogiada por isso, apesar dos seus erros, apesar dos nossos erros - porque todos somos humanos - mas sempre procurando, com muita acuidade nesses assuntos importantes, tratar a matéria com a importância que ela merece. Pois aí somos surpreendidos com dois dias de convocação extraordinária para que, simplesmente, votemos, não esperando a manifestação do relator, não esperando a conclusão do trabalho que seria, certamente, em pouco dias, concluído, daquela Comissão que se debruçou sobre o assunto. Então, não vou entrar nem no mérito do Projeto, porque, na verdade, é absolutamente incompatível com a importância da matéria que, nestes dois dias, eu diria que até seria irresponsabilidade votar este Projeto da Previdência, nestes dois, se não houvesse uma Comissão Especial estudando a matéria como estudou.

Nesses termos, nos manifestamos contrários a que esse Projeto sequer tramite nestes dois dias, quanto mais, com a sua votação. E, em caso de ele ir à votação, já anuncio: o nosso voto será absolutamente contrário ao Projeto. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Paulo Brum, no exercício da Presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, Senhoras, Senhores, infelizmente, tivemos uma convocação extraordinária surpreendente para todos nós. Nós estávamos trabalhando em uma Comissão Especial, presidida pelo Ver. João Dib. O Ver. Reginaldo Pujol tinha recebido um prazo da Comissão para fazer o seu relatório, tínhamos até um acerto para, quem sabe, trabalharmos em cima de uma proposta que pudesse contemplar todos os segmentos de funcionários públicos, inclusive até celetistas, como aposentadoria complementar. Se conversava muito a respeito disso quando, de repente, veio uma convocação extraordinária com o único objetivo de votarmos este Projeto que ainda não é um Projeto totalmente conhecido pela Casa, que é um Projeto que ainda é indefinido, que não tem o que é principal no Projeto, que é o cálculo atuarial, que, na verdade, não foi discutido com todos os segmentos dos funcionários públicos e não tem os requisitos necessários para vir ao Plenário para ser votado. Mas, como fomos convocados, somos obrigados a vir até aqui. Nenhum Vereador pode-se negar a vir até este Plenário, quando convocado de forma extraordinária. E, portanto, aqui vieram os Srs. Vereadores.

Mas estou pensado aqui que o Sr. Prefeito Municipal e o Partido dos Trabalhadores sabem muito bem que este Projeto não vai ser aprovado. Se eles contarem os votos aqui neste Plenário, eles sabem muito bem que eles não têm os votos necessários para a aprovação deste Projeto, até porque os Vereadores são altamente conscientes da sua responsabilidade perante os funcionários públicos e perante toda a Cidade.

Acredito, então, Ver. João Dib, que, como o Prefeito sabe, como o Partido dos Trabalhadores sabe o que vai acontecer, o que o Prefeito quer, Ver. Pedro Américo Leal, é exatamente ficar com um discurso que ele já vem fazendo há algum tempo. Aquele discurso que é assim: “Eu quero dar 100% para as pensionistas, mas a Câmara não quer permitir, os partidos de oposição não querem permitir”. Esse vai ser o discurso, porque, demagogia, o Partido dos Trabalhadores sabe fazer demais: são professores de demagogia!

Infelizmente, eles chegaram ao cúmulo, ao escândalo de enviarem até mesmo uma correspondência para as pensionistas e de colocarem uma nota no jornal dizendo que, através deste Projeto - que é ilegal -, que tramita aqui na Câmara - inconstitucional -, eles iriam dar 100% para as pensionistas.

Ora, sabem qual é a vontade do Partido dos Trabalhadores? Primeiramente, se aprovarmos o Projeto, eles estão dizendo que vai ser um negócio temporário, vai dar uma alíquota mais baixa, agora, até as eleições, e quando passarem as eleições, coitadinho do funcionário público, aí vem o arrocho. Como é um projeto apenas para efeitos temporários - eles até diziam, erroneamente, que era um projeto temporário. Projeto temporário não existe. Projeto temporário é aquele que não vai ser votado, pois, se é temporário, não vai ser votado. É um Projeto que vai criar uma lei de transição.

Meu Deus do céu! Lendo a Lei da Previdência vamos ver que o primeiro requisito para se mandar um projeto para esta Casa é o cálculo atuarial, e o Prefeito não mandou para esta Casa o cálculo atuarial. E, se ele tem este cálculo atuarial, ele está sonegando esses números para os Vereadores. Sendo assim, qualquer Vereador consciente, responsável - e tenho certeza absoluta de que os Vereadores desta Casa são altamente responsáveis - vai votar contra esta proposta do Sr. Prefeito Municipal. Digo a ele que não temos medo de demagogia. Ele pode fazer demagogia quanto quiser, mas esta Câmara dará resposta à altura. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para uma Comunicação de Líder, pelo PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sinto a necessidade de que seja esclarecida, perante a opinião pública, de forma muito transparente, a real situação em que se encontra envolvido o Legislativo de Porto Alegre, no que diz respeito ao exame da proposta do Executivo Municipal, que busca criar regras transitórias para o estabelecimento do regime único da previdência dos servidores públicos do Município. Esta nossa determinação é uma imposição do noticiário da imprensa radiofonizada, televisada e escrita de Porto Alegre, toda ela repercutindo posições do Chefe do Executivo Municipal, que diz, a todo momento e a toda hora, que a Câmara Municipal não quer enfrentar o problema, em função de irresponsabilidade em relação à coisa pública. Diante de todo esse quadro, as manifestações que aqui já ocorreram são absolutamente conseqüentes, necessárias e legítimas, de vez que é preciso ser dito à opinião pública, à comunidade dos municipários em especial, que em verdade, nós, por exemplo, silenciamos até o presente momento, porque responsavelmente havíamos sido escolhidos para cumprir a tarefa de relator da Comissão Especial que examinava a matéria e, como tal, não queríamos fazer pré-julgamento para não comprometer a seriedade, o equilíbrio e o trabalho que tínhamos a responsabilidade de oferecer à Cidade e aos municipários. Inobstante, todas essas colocações que nós estamos apontando da tribuna, nos impõem alguma posição.

Este Projeto, já foi asseverado pelo Ver. Luiz Braz, desde seu primeiro momento tinha um vício de origem, tinha um vício de base que o comprometia por inteiro. Esse vício é o descumprimento da Lei Federal que exige que, ao se propor iniciativas como essa, se dê ao projeto a base técnica necessária e indispensável na forma do cálculo atuarial, que nunca existiu, e que nós cobramos reiteradas vezes do Executivo. Como Relator diligenciei por três vezes a vinda dessa informação para dentro do Processo e, lamentavelmente, em todas as ocasiões o Sr. Prefeito Municipal declarou a impossibilidade, e usava a expressão: “de momento”. Nós terminamos a análise deste Projeto pela Comissão, sem termos esse dado absolutamente indispensável, material e juridicamente para que se analise esta matéria.

Por isso, Ver. João Dib, V. Ex.ª que foi Presidente da Comissão, foi porque nós fomos, de certa forma, destituídos da nossa condição de Presidente, V. Ex.ª de Relator, e os integrantes, quando fomos atropelados, nós que concluímos, neste Plenário, às 11h30min, a última reunião da Comissão, às 11h40min éramos informados do ingresso na Casa, depois de concluído o debate na Comissão, de uma mensagem retificativa do Sr. Prefeito. E às 14h se ingressava com o Requerimento para que a matéria fosse colocada em regime de urgência, através do art. 81, num literal atropelamento a este Legislativo. Por isso, não estou-me surpreendendo com as manifestações dos meus colegas que vêm aqui e clamam pela responsabilidade dos integrantes desta Casa. Nós temos o dever de resistir, de não nos curvarmos diante dessa patrola e resistir, nesta hora, em função das coisas como foram colocadas, em função da impossibilidade de nós corrigirmos as ilegalidades contidas neste Projeto. Em função da impossibilidade prática de nós corrigirmos os equívocos materiais deste Projeto. Em função da necessidade de não nos curvarmos aos caprichos do Chefe do Executivo Municipal e resistir, quer dizer: ficar contra este Projeto. É dizer não ao patrolamento. Dizer não a essa patrola que se envolveu e se dirigiu contra a Câmara Municipal e que nós haveremos de ter resistência, capacidade de resistir e demonstrar para a opinião pública, para os municipários, para a Cidade como um todo, que essa Câmara não se dobra a essas imposições demagógicas que partem do Executivo Municipal. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu falava com meu fraterno amigo Secretário Ricardo Colar e lhe explicava que, pela delicadeza do assunto e seus detalhes, deve ser muito estudado. Um assunto que mexe com a vida das pessoas, com a qualidade de vida das pessoas, das pessoas que se aposentam, das pessoas que contribuem, seus dependentes pensionistas. É um assunto extremamente abrangente. Um assunto que nós sabemos que é presidido e legislado por uma Lei Federal. Um assunto que merece, na nossa opinião, em primeiro lugar, um debate mais amplo. Em segundo lugar, é imprescindível a participação de todos os segmentos interessados. Em terceiro lugar, merece o esclarecimentos de todos os fulcros, os pontos, como, por exemplo, a alíquota e o problema da gestão, que são problemas cruciais e que dependem de um esclarecimento.

Ora, nós entendemos que esse tipo de questão, a amplitude do debate e, especialmente, a função social de um fundo previdenciário, ou seja, a garantia e a tranqüilidade que ele deve oferecer e a previdência, porque previdência vem de prevenir, merece, primeiro, um estudo muito mais amplo; segundo, ele tem de estar inserido dentro de um texto constitucional, onde o problema do cálculo atuarial é fundamental e indispensável. Além disso, nós temos que prever que esse cálculo atuarial necessita ser calculado em função não só do que já tem como do que está proposto. E, se for maior, evidentemente, vai crescer ainda mais o ônus da contribuição de cada um dos municipários.

Essa visão que nós temos está ligada, também, a um outro problema que é o problema do Hospital do Município. Uma crise terrível por que passa a saúde no Brasil, parece-me que o trabalho do Montepio dos Funcionários do Município, associado ao Hospital, à Associação dos Funcionários e ao Sindicato dos Funcionários, todos eles juntos merecem, primeiro, se houver alguma alteração, deve ser para melhor, para aprimoramento, aperfeiçoamento de uma prestação de serviço, que já é muito boa, e que só poderemos avaliar o quanto é importante, por exemplo, o Hospital para o funcionalismo, quando ele parar as suas atividades. Isso é um absurdo.

Por isso, nós temos uma proposta muito mais ampla em relação a este assunto: a participação de todos os segmentos interessados num grande debate e daí então sair a formação, inclusive, com a participação de Vereadores, do Executivo, principalmente, do SIMPA, do Hospital, do Montepio e da Associação dos Funcionários. Parece-me que esse será o encaminhamento adequado. Fora disso, fica muito difícil qualquer perspectiva, não só de votação deste Projeto, como de encaminhamento. A crítica de que tem que se mudar para melhor, e se assim for, que bom, todos nós vamos aplaudir. Mas, a crítica é em função do método que foi apresentado. Dessa forma, a nossa posição será votar contra esse tipo de Projeto. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, falarei dos dois temas importantes, como o da Previdência. Mas, antes deste, me permitam os senhores, falarei sobre uma denúncia no jornal de ontem, que eu já tinha lido, durante essa semana, também na coluna do Políbio Braga, na Internet. Ontem, lendo o Jornal do Comércio, na coluna do Fernando Albrecht, essa denuncia a relação, que é importante, das seguradoras com as oficinas de Porto Alegre. Por que isso é importante? Por que nos afeta? Porque diz nessa denúncia que essas oficinas estão sendo obrigadas pelas seguradoras, por esse monopólio que existe das seguradoras, a executarem serviços feitos nos carros dos segurados, usando peças antigas e de desmanche de carros. Quer dizer, a seguradora está incentivando que continuem os assaltos, roubos de carro, que possam desmanchar essas peças, as quais as oficinas compram a preço mais barato, colocando-as nos carros de todas as pessoas comuns e normais que, obrigatoriamente, são direcionadas para essas oficinas pelas seguradoras.

O cliente, o segurado, não tem o direito e o poder de escolher a oficina. Ele é obrigado a executar o serviço no seu carro acidentado, ao qual ele pagou o seguro, nas oficinas determinadas pela seguradora.

Diz a denúncia que são peças recuperadas, compradas em desmanches de carros e materiais de baixa qualidade e de menor preço, obrigado pela seguradora para ter um serviço menor e passar ao cliente a expectativa de que está fazendo o serviço com peças boas e com peças novas. E nós, clientes, corremos o risco, na questão da segurança, de estarmos andando com o carro e imaginando que o serviço foi executado com peças novas, quando o foi com peças velhas. Imaginem, os senhores e as senhoras que nos estão assistindo, que estão presenciando esta Sessão, que, em roda de liga leve - diz na matéria - seja feita uma solda. Isso quer dizer que o cliente sai com o carro depois do conserto achando que a roda é nova, e ela foi soldada. Passa num buraco, numa velocidade excessiva na estrada, quebra a roda e causa uma acidente, quem sabe até com vítimas. Então, deve haver, por parte das autoridades, uma busca nessas notícias, porque, nesta matéria que está na Internet, do Sr. Políbio Braga, quem está falando é o Sr. Adolfo Goldberg, que é o Presidente do Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos do Rio Grande do Sul. Não é uma especulação do colunista ou do Vereador; é uma afirmação do Presidente do Sindicato.

Parece-me bastante claro que essas denúncias merecem, por parte das autoridades, um estudo aprofundado, para que nós, contribuintes normais, cidadãos normais, que fazemos seguro, não caiamos nessa arapuca.

O Ver. Gerson me acena concordando; isso qualifica a denúncia.

Entrando, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na matéria tão polêmica da Previdência, eu ouvi, atentamente, o Sr. Presidente, Vereador João Motta, explicando ao Ver. João Dib, no início da Sessão, sobre a tramitação e a participação do Chefe de Gabinete da Secretaria de Administração, Ricardo Collar, informando à Presidência desta Casa sobre os projetos a serem colocados na Ordem do Dia nestas Sessões Extraordinárias convocadas pelo Sr. Prefeito. Por tentar ser conciliador, até por formação, acho que nós deveríamos ter feito uma grande reunião envolvendo as lideranças, envolvendo a Mesa, Ver. Nereu D’Avila, para que nós pudéssemos construir esta discussão, e não, como ocorreu, chegar aqui um Projeto, num período de recesso, por convocação extraordinária, quando havia, nesta Casa, uma Comissão que se debruçava sobre o assunto e da qual este Vereador fazia parte. O Relator, Ver. Reginaldo Pujol, iria apresentar sugestões sobre a matéria.

Parece-me que este encaminhamento, de afogadilho, do Executivo Municipal é extremamente ruim, pois coloca esta Instituição numa situação incômoda. Nós assumimos a responsabilidade de legislar sobre as coisas que são do interesse do Município de Porto Alegre, mas não desta maneira precipitada, não desta maneira pouco construída, como foi feita pelo Executivo. Havia essa Comissão que poderia, através de uma reunião de Mesa ou de uma reunião de lideranças com todas as bancadas, fazer com que se construísse uma solução boa para todos, principalmente para os funcionários municipais. Para isso faltou a sensibilidade e o bom senso das autoridades, para que pudéssemos, de fato, construir um desfecho para essa matéria que preocupa a todos nós. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Casa foi posta diante de um dilema muito sério ao ser convocada extraordinariamente pelo Executivo para apreciar um Projeto da importância desse, que é o problema da seguridade dos funcionários municipais. Isso não é uma legislação que vá alcançar imediatamente a todos, mas é um processo que se desdobrará por décadas. Daí a responsabilidade desta Casa em apreciar com muita prudência um projeto dessa natureza.

A minha Assessoria está debruçada sobre o Projeto há dias e não vem encontrando uma visão clara do processo. Ainda não temos uma definição concreta, porque os interesses em jogo são muitos e muito variados.

Quero debruçar-me sobre a convocação extraordinária, que inclui o Projeto dos Servidores, mas ao redor dela vem uma série de projetos que, no meu entendimento, se constituem numa interferência indevida nesta Casa. São projetos de vereadores, que foram arrolados, não sei por quem, para constituírem o objeto da convocação extraordinária - a Ordem do Dia.

Tenho conversado com muitos vereadores, e há uma sensação de que não se deva votar esse Projeto dos Servidores agora, assim sob esse impacto. Ele merece um estudo mais acurado. E, principalmente, no nosso entendimento, na minha bancada, existe a convicção de que se deva convocar até uma audiência pública com os servidores e a Prefeitura, para que se estabeleçam as bases mais reais desse processo. Não é que se desconfie das conversas que estão sendo mantidas com setores do funcionalismo, mas isso não representa, na integridade, o conjunto da categoria. Precisamos de uma ampliação maior. E há diferenças entre o Montepio, entre o SIMPA e entre os vários setores da categoria.

Há alguns vereadores que alvitraram, até aqui desta tribuna, a possibilidade de ser rejeitado o Projeto. É muito perigoso, no nosso entendimento, porque vai criar um problema regimental. Como é que esse projeto poderá ser apreciado logo ali adiante, se for rejeitado por esta Casa? Então, o alvitre que se poderia propor era de que a Casa não apreciasse esse Projeto agora. Simplesmente, o devolvesse. O Executivo está transferindo para esta Casa um abacaxi, na acepção do termo, que é do Executivo. Temos a nossa contribuição a dar, porque pela Legislação o Município de Porto Alegre é quem deve providenciar um sistema previdenciário. E o Município de Porto Alegre inclui Executivo e Legislativo. Não podemos nos eximir, e não queremos nos eximir desta responsabilidade, mas penso que foi um avanço do Executivo, no sentido de que tenha produzido, ou tentado produzir, um impacto entre o funcionalismo com a remessa dessa proposta para esta convocação extraordinária.

Eu vou aguardar, não tenho poder para decidir nada sozinho, mas vou aguardar a opinião das bancadas maiores, e até da Bancada do PT, para ver o que se pode fazer nesta situação. Era isso. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Gostaríamos de registrar, com muita alegria, a presença entre nós dos alunos do Instituto Estadual Rubem Dario, do Município de Sapucaia do Sul, que visitam a Câmara Municipal de Porto Alegre. Sejam muito bem-vindos.

Apregôo o Requerimento de autoria do Ver. Luiz Fernando Záchia retirando de tramitação a Emenda nº 01, do artigo referente ao Processo nº 1700/99 - PLCL nº 004/99 de sua autoria. Apregôo as Emendas nos 02 e 03 sobre o mesmo Projeto, de autoria do Ver. João Dib, do PPB, que encaminha as Emendas.

Solicito ao Ver. Paulo Brum que assuma a Presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Motta está com a palavra em tempo de Presidência.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaria de chamar a atenção dos Srs. Vereadores para um aspecto com que esta Presidência não pode concordar. Primeiro, histórica, regimental, constitucional e organicamente é praxe o Executivo Municipal fazer convocações, em casos de necessidade, tratando-se de um dispositivo conhecido de todos. Então, parece-me que usar a convocação como argumento neste debate, na minha opinião, é chover no molhado. É um mecanismo absolutamente legítimo, que foi e que é publicamente utilizado por todos os Executivos, e cabe à Câmara Municipal, no exercício da sua função legislativa, encaminhar as condições para que tal convocação ocorra. Portanto, utilizar este argumento - e acabei de escutar a fala do Ver. Lauro Hagemann também -, de que ao fazer o encaminhamento da convocação extraordinária à Presidência ou à Câmara, enquanto Instituição, incorreu numa intervenção indevida, é descabido isso.

Gostaria apenas de fazer essas ponderações para que não se artificialize esse debate que tem um mérito que V. Ex.ªs tão bem conhecem.

Em segundo lugar, também não posso concordar com alguns encaminhamentos das lideranças que criticam a convocação extraordinária, mas solicitaram que seus projetos fossem encaminhados nesta convocação extraordinária. Quero deixar bem claro: os projetos que estão na convocação extraordinária dos srs. Vereadores estão, não por que o Presidente pediu, mas porque os vereadores pediram: são projetos importantes para os vereadores e que não puderam ser apreciados quando do exercício ordinário desta Casa. Não há nada de especial nisso. O que não está correto, Ver. Elói Guimarães, é os Vereadores agora esquecerem disso. Assim fica complicado, a Presidência arca com tudo, eu não gostaria de arcar com esse segundo argumento; primeiro, de que, ao fazer o encaminhamento, a Presidência interveio indevidamente; segundo, de que  os Vereadores não têm conhecimento dos projetos que entraram na convocação extraordinária; terceiro, vem novamente o item da autonomia e da imagem do Legislativo.

Os Vereadores acabaram de escutar a pesquisa que está à disposição dos senhores vereadores, a maioria dos cidadãos e das cidadãs, que têm conhecimento sobre a existência da Câmara Municipal de Porto Alegre, têm conhecimento por outros motivos, não porque aqui se fazem leis. Ver. Elói Guimarães, estamos em Porto Alegre, onde são transmitidas as Sessões da Câmara por um canal de televisão. Se isso não é grave, eu não sei o que é grave.

Noticio, também, mais duas outras pesquisas, que já as utilizei apenas nas reuniões internas da Mesa, e que agora torno públicas por um problema de responsabilidade. Um veículo de comunicação fez uma pesquisa aberta à população, perguntando o seguinte: “Você sabe onde fica a Câmara Municipal de Porto Alegre ?” A maioria da população disse que não sabia. Uma outra pesquisa: “Qual é a sua avaliação sobre os trabalhos feitos pela sua Câmara de Vereadores e seus representantes?” Os vereadores não queiram saber qual foi o resultado da pesquisa.

 Portanto, se esses três fatos não são relevantes para que nós continuemos cumprindo com o nosso dever, que é a melhor forma de fazer o exercício da autonomia do Legislativo existir, então eu não sei qual é a melhor forma de reconstituir e resgatar a imagem e a autonomia do Legislativo.

Portanto, senhores vereadores, vamos fazer um debate democrático, entrando no mérito das questões. Todos sabem, têm Vereadores que são contra a apreciação do projeto e têm vereadores que são a favor. Vamos fazer o debate com tranqüilidade, com transparência e, democraticamente, vamos decidir contra ou a favor. Não vamos criar argumentos artificiais que prejudiquem a imagem pública, não da Presidência, mas da Instituição, e façam com que fujamos, de fato, do debate real que existe sobre o tema, ou seja, se a Câmara vai votar ou não o Projeto agora; se votar, quando fará isso? Qual o conteúdo do Projeto, etc. Portanto, a fala da Presidência é muito mais no sentido de chamar a atenção dos senhores vereadores, que têm todas as condições de fazer um bom debate, entrando no mérito das questões, mas não se utilizando de argumentos que acabam, em minha opinião, apenas complicando ainda mais a situação da Câmara, como Instituição, do que propriamente apresentando condução para que possamos apreciar e votar, finalmente, os projetos que foram sugeridos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito que seja votado, em primeiro lugar o PLE nº 023/99. Posteriormente, que seja seguida a ordem já estabelecida.

 

O SR. NEREU D’AVILA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito que os Projetos sejam votados na seguinte ordem: PLCL nº 004/99, PLL nº 007/00, PLE nº 023/99, PLL nº 130/99, PLL nº 211/99, PLL nº 216/99 e PLCL nº 006/00.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que se mantenha a ordem original dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell. O Ver. Luiz Braz está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Este Requerimento feito pelo Ver. Adeli Sell, para que o Plenário comece apreciando o Projeto da Previdência, dá a impressão de que esta convocação extraordinária é uma convocação muito fria.

Foram colocados alguns projetos de vereadores nesta convocação. Eu posso afirmar que não existe nenhum projeto meu nesta convocação, muito embora eu tenha sido consultado se eu queria ou não colocar projetos. Mas se esta convocação foi feita para votarmos todos os projetos realmente, então nem há por que nós modificarmos a ordem de votação. Vamos pegar a convocação extraordinária, de acordo com a ordem dos projetos que estão aí aparecendo, e vamos votar os projetos exatamente como estão, na ordem original. Ou esta convocação não foi feita para votar todos os projetos? Ou aqueles vereadores que foram consultados para incluir os seus projetos nesta convocação foram apenas iludidos? Ou se quer votar apenas este Projeto da Previdência e, depois, o pessoal vai embora, esvazia o Plenário e não há mais nada? Então, eu acho que os vereadores se deveriam unir, tentar fazer com que esta proposta de se votarem os projetos exatamente na ordem como eles aparecem, pudesse ser a proposta vitoriosa, e rejeitar a proposta feita pelo Ver. Adeli Sell para que começássemos agora a apreciar o Projeto da Previdência. Quem sabe, ao votarmos alguns Projetos aqui nesta Casa, até mesmo chegasse à conclusão, o Partido do Governo, ou o Executivo Municipal, de que tentar empurrar goela abaixo de todos os funcionários públicos municipais este Projeto que aí está é alguma coisa que não fica bem, e quem sabe, ao analisar mais, ao refletir mais, o Executivo até resolva retirar esta proposta, respeitando a Casa e respeitando também todos os funcionários públicos municipais. Acho que poderíamos dar um tempo. Vamos apreciar as outras propostas.

Existem aí algumas propostas na frente desse Projeto Previdenciário; os Vereadores de oposição já têm uma posição tomada com relação ao Projeto; não existe um porquê de nós colocarmos este Projeto da Previdência em primeiro lugar; podemos tranqüilamente votar aqui outros projetos dos Srs. vereadores para, depois, chegarmos a este Projeto, e quem sabe aí o Executivo tem até um tempo para pensar um pouco melhor uma outra estratégia para não sair aqui deste Plenário derrotado de forma acachapante.

Então, eu acho que se nós mantivermos a ordem normal dos projetos, penso que vamos fazer justiça, pelo menos para todo este conjunto de vereadores e para todos esses funcionários públicos municipais, que vieram até aqui apreciar esta convocação extraordinária, mas muito mais preocupados com o seu futuro.

Porque este Projeto da Previdência, como está, se for votado, realmente vai mexer, de uma forma malígna, com todos os funcionários públicos municipais de Porto Alegre. Acho que ninguém quer isto. Tenho certeza de que nem mesmo os Vereadores da situação querem que seja esta a fórmula vitoriosa. Na verdade, nós temos de construir um outro projeto previdenciário, um projeto que realmente possa contemplar os funcionários públicos municipais e dar-lhes tranqüilidade. Agora o que nós precisamos discutir são os outros projetos que estão aí, respeitando exatamente aquela pauta que foi apresentada para os Srs. Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Registramos a presença do Cel. Irani Siqueira, que representa o Comando Militar do Sul, que está acompanhado do Cel. Renato Ribas, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Oeste, sediado no Município de Campo Grande, Capital do Mato Grosso do Sul, que também engloba o Mato Grosso. Sejam bem-vindos, estão convidados a fazer parte da Mesa, se assim o desejaram.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Adeli Sell.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, existem três propostas no sentido de ser estabelecida a ordem da votação de todos os projetos que foram incluídos na Ordem do Dia, e o foram por quem convocou esta Sessão Extraordinária da Câmara, este período extraordinário da Câmara, o que, evidentemente, determina que se façam alguns esclarecimentos. O Ver. Lauro Hagemann - Vereador pelo qual tenho o maior apreço - perguntou-me se eu havia solicitado a inclusão do Projeto nº 007 nesta convocação extraordinária. Eu disse a ele que não, que os projetos que foram incluídos, o foram por quem tinha condição de fazê-lo, e que eu fui participado desse fato, o que me agradou e deve ter agradado muito mais ao Ver. Nereu D’Avila, que é, hoje, como autor do Substitutivo que vai ser preliminarmente examinado, o grande interessado no andamento deste Projeto de Lei.

Mas o que eu quero colocar é que concordo com o Ver. Luiz Braz no sentido de que todos dos projetos que estão na Ordem do Dia estão para serem examinados e devem ser votados. Eu só não concordo com priorizar para agora, para a primeira hora da manhã, a votação do Projeto de Lei do Executivo que cria o regime único dos municipários, em termos de previdência, aqui na Cidade, porque eu também partilho da expectativa de que possa haver um ataque de bom senso e que as pessoas acabem retirando esse Projeto, na oportunidade. Então, a maior demonstração de tolerância que demos foi essa: vamos votar ou de acordo com a Ordem do Dia proposta, que segue, inclusive, a numeração que os projetos têm por ordem de ingresso na Casa - e, evidentemente, isso fará com que, à tarde, tenhamos que enfrentar de qualquer sorte o Projeto de Lei do Executivo - ou, então, vamos ficar na ordem proposta pelo Ver. Nereu D’Avila, que outra coisa não é senão inverter uma situação, tirando do segundo lugar a proposta do Ver. Hélio Corbellini e incluindo este Projeto de Lei de minha autoria e que tem o Substitutivo do Ver. Nereu D’Avila.

Com o maior respeito ao Ver. Nereu D’Avila, eu acho que o melhor, para não complicar, é seguirmos a Ordem do Dia que está colocada aqui, rejeitando a proposta do Ver. Adeli Sell e iniciando efetivamente os trabalhos com o exame do Projeto de Lei do Ver. Fernando Záchia, que se encontra na Casa desde 1999, que é importantíssimo, que já devia ter sido votado pela Casa e que tem a oportunidade de ser votado, agora, já, para decidir de uma vez por todas esse processo de disciplinamento da cobrança das multas nos eventuais atrasos dos tributos municipais. Por isso, com respeito ao Ver. Nereu D’Avila, me inclino por manter a Ordem do Dia como está, votando desde já o Projeto do Ver. Fernando Záchia e espero que, ainda de manhã, possamos enfrentar o Projeto do Ver. Hélio Corbellini, que cria o Conselho de Segurança Comunitária e dá outras providências, pelo qual tenho grande simpatia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar o Requerimento sobre a ordem dos trabalhos.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras, Vereadores, Senhoras, Senhores, Municipárias, Municipários de Porto Alegre, Sr. Presidente, encaminho como autor do Requerimento que pede que se vote em primeiro lugar o Sistema Prividenciário Social que estabelece normas de transição. Vamos ouvir bem do que estamos falando. Não é um projeto definitivo como se mente e se espalha pela Cidade, é um projeto de transição. Os folhetos que os funcionários recebem, quando são humilhados em filas, em instituições privadas dizem, mentem, caluniam que é uma imposição do Partido dos Trabalhadores. Está aqui a Emenda Constitucional nº 20, que no seu art. 40 faz com que o Município de Porto Alegre, como qualquer município do País, se coloque dentro da legislação vigente em nível nacional.

Quem apresentou esta Emenda, Srs. Vereadores? Falo principalmente para as Bancadas que fazem oposição ao PT. Foram os seus Partidos. Foi o Governo Federal que fez essa propositura e garantiu maioria; os Vereadores que defendem as siglas do Governo Federal; seus Deputados Federais e Senadores votaram diferente no Congresso Nacional.

Abram os dicionários e vejam o que diz quanto à palavra mentira, pois nós estamos diante de um bom português. Eu me formei na Universidade Federal, em Letras, e sei o que significa mentira! Nós estamos diante de um embuste, palavra portuguesa, que é logro, que é falcatrua, que é manipulação.

E tem mais: nós não temos medo, porque aqui não há perigo de ser confrontada a dignidade dos funcionários de Porto Alegre. Respondam-me, senhoras e senhores: qual é o município brasileiro que, de dois em dois meses, recupera a perda salarial? Digam um, por favor, além de Porto Alegre! (Manifestações nas galerias.)

Eu peço, Sr. Presidente, que seja recuperado o tempo que eu perdi.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Senhoras e senhores, solicitamos silêncio nas galerias para que possamos ouvir o Vereador na tribuna. É preciso que respeitemos os nossos vereadores, para que possa haver o contraditório. Assim é a democracia. Portanto, solicitamos silêncio nas galerias.

 

O SR. ADELI SELL: No tempo da ditadura militar vergaram as costas de muitos brasileiros heróicos. Era uma ditadura. Hoje, há pessoas que se vergam diante de ameaças. Vimos o municipário que articulou pela sua entidade este Projeto com o Executivo e com a nossa Bancada ter a sua cara quebrada, as costelas quebradas. Pois digo, senhoras e senhores, não nos ameacem, porque não vamos dobrar as nossas costas. Não é mentira, é a pura verdade dos fatos. Não serão ameaças que vão nos intimidar, de pessoas que têm de prestar contas aos funcionários de um patrimônio que é fruto de anos e anos de contribuição das senhoras, dos senhores que estão aqui; 4,75% dos salários a cada mês para receberem as viúvas 60%, quando pagaremos 100%.

Pois digo e desafio: não quebrarão nossa cara, não quebrarão nossas costelas; quebraram de um, mas não vão quebrar as nossas, porque temos coragem, determinação, não temos covardia, não temos medo, nós somos a verdade. Nós somos a verdade. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar, pelo PSDB, o Requerimento do Ver. Adeli Sell.

Esta Presidência faz um apelo aos oradores para que observem que estamos encaminhando Requerimento referente à ordem dos trabalhos.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o estabelecimento de uma ordem de trabalhos é importante para os projetos que estão em pauta dada a importância dos mesmos.

O orador que me antecedeu dizia que não tem medo. Realmente, o medo está em cada um de nós . Nós temos muito medo dessa forma, desse método de tratar esse tipo de assunto. Há o medo espantado, atônito na fisionomia de cada um de vocês. A culpa da ordem dos trabalhos estar invertida é do Governo Federal. A culpa da convocação açodada para um assunto que não está devidamente esclarecido é do Governo Federal. A culpa de uma alíquota em dobro é do Governo Federal. A culpa por uma ausência dos segmentos interessados para debater esse assunto em volta de uma mesa é do Governo Federal. O importante é o auto-elogio. Nós não somos proprietários da verdade. Nós estamos em busca da verdade. Nós temos dúvidas! Nós temos uma série de pontos a serem esclarecidos. Ninguém está aqui para mentir, todos buscam a verdade. A verdade não é monopólio de um segmento só. E, mais do que isso, a forma de contra-argumentar o auto-elogio só pode caber e caberá sempre naqueles espaços nebulosos aonde o esclarecimento é importante.

Mas, existe uma Ordem do Dia. A minha proposição é a de que a Ordem do Dia seja seguida como está na sua ordem natural, sem alterações e que seja discutido, em primeiro lugar, o Projeto do Ver. Záchia.

Cumpre salientar que é importante, em qualquer momento, com ou sem os municipários, com ou sem as pessoas presentes, que a nossa responsabilidade é a mesma. Não somos aquele jogador de futebol que joga apenas para a platéia e não para o time. Nós temos a responsabilidade de debater um processo de extrema importância para a vida da Cidade. E, mais uma vez, assevero que a Ordem do Dia deve ser cumprida, e nós fomos convocados sem ônus para o Município. A maioria dos Vereadores encontra-se trabalhando diariamente, mesmo no recesso. Então, é muito importante que, nesta convocação, se estabeleçam, pelo menos, os critérios de tempo, de matrícula e que o Plenário se atenha a essa pauta normal, a essa Ordem do Dia, sem nenhuma alteração. Que se vote como está e que, quando for o momento de votar o projeto da Previdência, o seja com a tranqüilidade daqueles que têm esgotado o conhecimento da matéria, o consenso e, principalmente, com a consciência da extrema importância do voto como um definitivo encaminhamento de questão que interessa não só aos municipários, mas à Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Adeli Sell sobre a ordem dos trabalhos.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais pessoas que nos acompanham. Esta é a situação em que nós enfrentamos um problema que, literalmente, não foi o Município de Porto Alegre, não foi a Câmara de Vereadores, não foi a Prefeitura e nem os municipários que criaram. Só que nós temos que resolvê-lo. Há um tremendo abacaxi que todos nós, em conjunto, temos que descascar.

A modificação no âmbito federal determinou claramente, fixando o prazo de junho de 1999, para criar uma entidade própria no município e nos estados; ou a outra opção, muito dura e muito ruim, que nós, de cara, cortamos, que seria a de encaminhar os municipários para o INSS. Sabemos que, no máximo, esses teriam aposentadoria de mil duzentos e uns quebrados, que não interessa na Cidade de Porto Alegre. Muito bem, com a decisão de se criar uma nova entidade, a discussão iniciou. Alguns dizem que não aconteceu, mas achamos que aconteceu. Qual o caminho a trilhar? Ora, criar uma entidade como essa é uma discussão muito complexa, não tem dúvida nenhuma. É uma entidade que tem um ciclo longo para se completar, trinta e cinco anos, só que essa começa a viver desde o primeiro momento, porque algumas pessoas já se aposentam, portanto, têm que receber a sua aposentadoria. Só que essa entidade leva trinta e cinco anos para se completar. É uma discussão muito complexa e difícil. Não poderia o Município agir muito rapidamente, porque poderia errar na proposta dessa entidade. Assim, o Executivo tomou a iniciativa de licitar e contratar uma empresa que está trabalhando e tem um prazo para entregar o seu trabalho.

Enquanto isso, na verdade, a Prefeitura, o Município, enfim, todos nós que vivemos aqui nesta Cidade, Ver. Pedro Américo Leal, ficamos à mercê do que diz a lei, de que se essa entidade não fosse criada, os repasses do Governo Federal para o Município poderiam ser cortados. E é um repasse significativo para a nossa Prefeitura. Estamos a mercê disso, Ver. Pedro Américo Leal. Nessa situação, a Prefeitura propôs à Câmara uma lei que fosse por um determinado período, enquanto não tivéssemos um resultado do trabalho dessa empresa. Que alíquota, nesse período transitório, cobrar? Propõe-se, inicialmente, 8% para garantir todo o pagamento do salário, para garantir, também, o pagamento de 100% das pensões. Nós, inclusive, podemos negociar esse percentual. Aceitamos que haja a representação dos municipários e da população, isso é importante; aceitamos reduzir o período de tempo dessa lei transitória. É o que está em discussão nesta Câmara. Aceitamos, - e fui um dos que no Gabinete do Prefeito argumentei para que nós apoiássemos a Comissão Especial da Câmara para estudar isso, e o Projeto está aqui desde agosto do ano passado, há quase um ano - e com nosso apoio a Comissão se estabeleceu, mas algumas medidas tomadas, não exatamente pelo Ver. João Dib, mas no conjunto da Comissão onde houve um trabalho, só serviram para prorrogar, prorrogar e prorrogar. Só que isso, senhores, coloca o Município na possibilidade do corte de repasse do Governo Federal para Porto Alegre, o que vai prejudicar a todos nesta Cidade, não só a nós Vereadores, mas também aos municipários e a todos os munícipes de Porto Alegre.

Essa é a situação: quanto mais protelarmos, mais fica provável esse corte de repasse do Governo Federal para Porto Alegre. Essa é a situação que todos nós, Vereadores, Prefeito e seu secretariado, municipários, estão tendo de resolver. Nós ouvimos muitos argumentos sobre o processo. Ora, isso é uma disputa política! Porém, temos ouvido pouca ou quase nenhuma discussão sobre o mérito do Projeto. Nós estamos abertos a isso. Havia uma tabela, que foi retirada, e ficou em 8%, mas estamos abertos a modificar isso; havia a contribuição dos aposentados, que foi retirada, e assim por diante.

Srs. Vereadores e Srs. Municipários, volto a dizer que o nosso Partido, no Congresso Nacional, votou contra essa modificação, mas é um “abacaxi” que colocaram no nosso colo e nós não podemos fugir da responsabilidade de “descascá-lo” da melhor forma possível para todos.

Por isso, propomos que seja o primeiro Projeto a ser votado, pois é o mais importante, e para que os municipários não fiquem o dia inteiro aqui na Câmara. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Adeli Sell sobre a ordem dos trabalhos.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não trouxe o dicionário que havia emprestado ao Ver. Adeli Sell, mas posso dizer que mentir é falar contra o que se pensa para enganar. Considero-me, com autoridade moral suficiente para dizer que a convocação extraordinária deveria seguir a ordem colocada pela Diretoria Legislativa. Essa autoridade moral vem do fato de eu, todas as vezes, votar contrariamente à alteração da seqüência dos projetos colocados na Ordem do Dia.

Hoje, penso que não é muito legal, porque este espelho foi distribuído às 16h13min do dia 3 de julho. Os projetos correspondentes chegaram depois; a convocação se fez às 9h da manhã, de segunda-feira, e já estava no Diário Oficial. Eu olho essas coisas. O assunto deveria ser só esse, mas ninguém ficou no assunto, e eu vou não ser diferente.

Disse que a Prefeitura não quer levar os seus servidores para o INSS, até porque não quer pagar o que teria de pagar, se levasse para o INSS. Não vai pensar que vai chegar no INSS de mão beijada e vão aposentar os funcionários com trinta e cinco anos de serviço, com trinta e três, ou trinta e dois anos. Não é bem assim, tem que pagar para eles! Mas também não foi dito aqui, só falaram na Emenda nº 20, mas não na lei nº 9717, que no seu art. 1º é clara: “Os regimes próprios de Previdência Social dos servidores públicos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, deverão ser organizados, baseados em normas gerais de contabilidade, e atuária. De modo a garantir o seu equilíbrio financeiro e atuarial. Observados os seguintes critérios:...". A Prefeitura não observou. A Prefeitura, em 1989, já sabia que tinha que fazer o cálculo atuarial, porque o Dr. Tarso Genro, respondendo pela Prefeitura, atendendo aos anseios do Montepio e de outros, além de uma Comissão que estudou e aprovou por unanimidade a necessidade de modificar a previdência da Prefeitura, sabia! Em 89, o Dr. Tarso mandou fazer um estudo atuarial. Onde está o estudo?Vamos falar a verdade. Verdade não é falar contra o que se pensa para enganar, e não estou aplicando isso para o Ver. Adeli Sell, em quem confio. Mas é bom saber o que é verdade. Eu, algumas vezes, já fui enganado. Saúde e paz. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Os Requerimentos propondo alteração na ordem dos trabalhos, na Ordem do Dia, feitos à Mesa, permanecem.

 

O SR. NEREU D'AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, ouvindo as argumentações da tribuna em relação à ordem dos trabalhos, solicito à Mesa que retire a minha proposta.

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Nereu D'Avila retira o seu Requerimento.

Há o Requerimento, de autoria do Ver. Adeli Sell, que solicita mudança na ordem dos trabalhos, votando-se primeiro o PLE nº 023/99 e depois seguindo-se a ordem normal.

Há o Requerimento, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, pela manutenção da ordem dos trabalhos, conforme espelho.

Pela ordem de inscrição na Mesa, em votação nominal o Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell. (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 11 votos SIM, 18 votos NÃO. Está mantida a ordem dos trabalhos.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1700/99 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/99, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que altera a redação do § 3º do art. 69 da Lei Complementar nº 07, de 7 de dezembro de 1973, que institui e disciplina os tributos de competência do Município, especialmente alterada pela Lei Complementar nº 209, de 28 de dezembro de 1989, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR.  Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB.  Relator Ver. Lauro Hagemann: pela rejeição do Projeto;

- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Tereza Franco: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para  aprovação, voto  favorável da maioria  absoluta  dos membros da  CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM;

- discutiram a matéria, em 03/05/00, os Vereadores A.Sell, L.Braz e L.Ulrich;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Em votação o Requerimento do Ver. João Dib, autor das Emendas nº 02 e 03, que solicita, por Requerimento, a dispensa do envio das mesmas às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em discussão PLCL nº 004/99. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, municipários que prestigiam esta Sessão, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, o Ver. Luiz Fernando Záchia apresentou um Projeto de Lei que tenta uma modificação na Lei Complementar nº 209, de 28 de dezembro de 1989, sobre a questão da multa para os débitos com a Fazenda do Município que tinham o patamar de 15%. Discutimos, se estou bem lembrado, por três vezes este Projeto. Desde a primeira vez eu dizia ao Ver. Fernando Záchia que a intenção era positiva, porque a multa de 15%, apenas uma alíquota, acabava em alguns casos praticando injustiças, mas diminuir para 2% seria outro equívoco já que não podemos penalizar uma pessoa que atrasou 30 dias, 60 dias da mesma forma que alguém faz com que o tributo se atrase por alguns anos, como sabemos que acontece em alguns casos. Agora, o Ver. Fernando Záchia faz uma correção na sua proposição, através da Emenda nº 2 que também foi subscrita pelo Ver. João Dib, e a própria Emenda nº 3 feita pelo Ver. João Dib, que propõe a entrada em vigor 60 dias após a publicação.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores tem total acordo sobre essa nova abordagem, porque o Ver. Luiz Fernando Záchia propõe 2% quando o pagamento se dá ainda no curso do mês subseqüente ao da competência do imposto, ou seja, é natural, em alguns momentos, que uma pessoa, na data do imposto, não tenha o numerário suficiente, atrase o pagamento alguns dias, portanto, é uma pequena multa de 2%. Mas o Vereador coloca no ponto dois, 10%, quando o pagamento se der a partir do segundo mês subseqüente à competência do imposto. Isso é correto e justo, na medida em que nós devemos premiar aqueles que estão em dia com o fisco, aqueles que buscam, sistematicamente, honrar os seus compromissos, porque a Prefeitura necessita dos tributos municipais pagos pelos cidadãos, para pagar a folha de pagamento, para fazer o asfalto na “Volta da Cobra”, para tirar os moradores de rua, para fazer habitações populares e tantas coisas que o povo de uma cidade necessita, exatamente para suprir essas carências, o Poder Público tem a obrigação de penalizar aqueles que não cumprem com o seu dever, ou seja, não pagando tributo, paga multa e, dessa maneira, podemos, sem dúvida nenhuma, cumprir com os nossos compromissos.

 

O Sr. Fernando Záchia: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a V. Ex.ª pelo aparte, Ver. Adeli Sell. V. Ex.ª tem demonstrado, ao longo de sua atuação parlamentar, um cuidado com essa questão tributária no Município, no Estado e na Federação. Mas eu divirjo de V. Ex.ª no aspecto que coloca que a multa, no meu entendimento, não é uma receita ordinária. O Executivo não pode contar com o recurso da multa para fazer os investimentos necessários. Com a diminuição da multa, nós queremos fazer com que seja agilizado o pagamento, aí sim, dos tributos, que esses são uma dotação ordinária. Muito obrigado.

 

O SR. ADELI SELL: Talvez eu não tenha me expressado corretamente. Eu falava, fundamentalmente, da alíquota que é paga, a multa, exatamente, na visão expressa pelo Ver. Fernando Záchia, que a Prefeitura não pode fazer receita com a multa, ao contrário, a Prefeitura tem que ser zelosa com o cumprimento dos prazos.

Encerro aqui, para dar o nosso apoio à Emenda nº 02, do Ver. Fernando Záchia, à Emenda nº 03, do Ver. João Dib. Pelo cumprimento dos deveres com o fisco municipal, nós vamos aprovar esta Lei, eu tenho certeza. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. João Dib está com a palavra para discutir o PLCL nº 004/99.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a proposta do Ver. Fernando Záchia era muito mais forte do que a que está sendo aprovada pela Bancada do PT. Não tem sentido, no momento em que a inflação atinge 5 ou 6% ao ano, e se prevê, para o ano de 2002, uma inflação de 3,5% ao ano, pagar uma multa de 15% em razão do não-cumprimento de uma dívida com o Município. Nem todos aqueles que deixam de pagar o fazem por desleixados ou porque gostam de deixar de pagar. Às vezes não têm recursos, e, neste momento, vão ser multados.

O Ver. Fernando Záchia, em uma Emenda que está apresentando, e que vai ser aprovada, ao que parece, passa a 2% no curso do mês subsequente, e, depois passa a 10%, se depois daquele mês não puder cumprir com suas responsabilidades. O que eu ainda acho muito. Mas, de qualquer forma, é muito menos do que aquilo que hoje a Prefeitura está cobrando, e que não tem mais sentido, já que o Governo Federal disse que as multas devem ficar em torno de 2%. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLCL nº 004/99.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na realidade, nós entendemos que este Projeto que enfoca a questão das multas no âmbito da cobrança do ISSQN é positivo, porque adequa a questão das multas a uma nova realidade econômica. Não podemos conviver com uma situação que hoje é muito triste na esfera das cobranças da mora por parte das instituições financeiras, e que têm a sustentação do Governo Federal. Hoje os cartões de crédito trabalham com juros exorbitantes e assumem o risco de cair no chamado crédito rotativo. A faixa de juros é de 10% ao mês, as multas são exorbitantes. Infelizmente essa é a realidade do sistema financeiro nacional. E é óbvio que quem critica o sistema financeiro e, no caso, nós, da oposição ao Governo Federal, criticamos, não podemos conviver com juros e multas que se colocam na faixa da exorbitância.

Este Projeto, a rigor, deveria nascer lá, dos nossos companheiros do PT, reduzindo os valores das multas. No entanto, nasceu de um Vereador que tem sensibilidade para estas questões, que conhece a realidade do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza e conhece a realidade do IPTU, na Cidade de Porto Alegre, o Ver. Fernando Záchia. Ele queria a redução da multa de 15% para 2%. Esta era a sua proposta inicial. As multas, por atraso, por inadimplência, se colocariam num patamar de suportabilidade para os contribuintes. No entanto, ele apresentou uma Emenda que dá um novo tratamento, mas que já traz algo de positivo. O atraso, dentro do mês da competência, 2%. Essa é a sua Emenda, hoje. Ultrapassando o mês da competência, 10%. Hoje, é tudo 15%. Então, há um ganho dos contribuintes da Cidade de Porto Alegre. Há um ganho, indiscutível, aos contribuintes da Cidade de Porto Alegre, que passam de 15% para 2% e 10%. O 10% não é o ideal, Ver. Fernando Záchia, mas eu sei que V. Ex.ª está trabalhando, não demagogicamente, com um projeto, mas está trabalhando na realidade para que, dentro dos patamares de 2% e 10%, o Prefeito, sensível a esses reclamos, sancione o Projeto.

Eu acho que o primeiro passo deve ser assinalado pela movimentação que a bancada petista fará, votando favoravelmente ao Projeto de V. Ex.ª Essas medidas se impõem.

Eu cito, aqui, o exemplo do IPTU. O contribuinte que se aposenta no mês de março... Ele só se encontra enquadrado dentro dos casos de isenção do IPTU e taxa do lixo, ele que ganha até três salários mínimos e tem um único imóvel - três salários mínimos de aposentadoria -, ele goza da isenção do IPTU, mas se ele se aposenta no mês de março, Ver. Fernando Záchia, ele pode requerer, mas só para o ano seguinte, quando já no ano da realidade, se ele se aposentou no mês de março e se enquadra dentro dos pré-requisitos - aliás, nós estamos apresentando uma proposta nesse sentido -, ele se aposentou e ganha até três salários mínimos de aposentadoria, e tem um único imóvel, ele foi aposentado no mês de março de 2000, ele requerendo, automaticamente, ele já passa a ser detentor do benefício, porque ele se enquadrou. A Lei atual espera só o ano seguinte para lhe deferir o benefício, o que é uma injustiça com o aposentado. Aliás, neste País de injustiças, sobretudo com os aposentados, isso se enquadraria dentro da realidade, mas quero ver, quero discutir esse assunto dentro desta Casa.

Agora, o Projeto do Vereador Záchia é um avanço em termos de multa, porque ele reduz multa e a multa é penalização assim como os juros exorbitantes que são praticados neste País pelas instituições financeiras também se constitui numa exorbitância. Tanto os juros compensatórios, como os juros de mora. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLCL nº 004/99.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras. O Ver. Fernando Záchia já foi na Sessão anterior por nós saudado pela sua competência na elaboração de propostas na área tributária. O Vereador tem-se destacado em vários setores da Administração Municipal. No seu auxílio, como legislador, eu cito a questão dos transportes, que é outro exemplo, e também a questão tributária. Mas impossível, Ver. Záchia, que façamos esta discussão e não discutamos o porquê, qual é a razão fundamental para a sua iniciativa.

Nós estamos vivendo sob a égide, infelizmente, desde 1994, do Plano Real. O Plano Real é um plano concebido fora do País, e o Ver. Pedro Américo Leal tem aqui colocado de forma isenta, reiteradas vezes, com a sua proverbial competência e oratória, à qual eu não chegaria nem perto. O Plano Real representa os interesses dos grandes países, dos grandes blocos econômicos, no caso, do NAFTA e do MERCOSUL, dos interesses americanos, pois eles consideram o Brasil como o seu quintal. Aliás, eles estão muito chateados porque a ALCA não foi implementada ainda, pois para eles os Estados Unidos vão do Alasca até a Patagônia.

E o Plano Real baseou-se, Ver. Fernando Záchia, e eu preciso dizer isso, em duas características principais: a primeira é a abertura das nossas fronteiras, ou seja, quem quiser vender, aqui, as quinquilharias, vende, e nós não temos nenhuma proteção para a nossa indústria. A segunda caraterística do Plano Real é sobrevalorização do real em relação ao dólar. A conseqüência disso é a quebradeira impressionante da indústria nacional, e a conseqüência da quebradeira é o desemprego, é a violência. E o Ver. Fernando Záchia apanha um dos aspectos, ou seja, o cidadão que já perdeu o emprego, que está sujeito a todo tipo de violência na sociedade de hoje, tem um tributo muito alto, de 15%, se atrasa o pagamento do ISSQN.

Ver. Fernando Záchia, nós elogiamos a iniciativa de V. Ex.ª, mas é impossível que neste momento não se destaquem as causas que levaram V. Ex.ª a entrar com um projeto desses, a causa é o Plano Real - um plano que não interessa à população brasileira, um plano que é imposto ao nosso País e que, de cócoras, o Governo Federal aceita, aceita tudo. O último corte nas verbas da área social, para fazer o equilíbrio no pagamento das contas, foi de 16 bilhões de reais, vejam V. Ex.as, 16  bilhões de reais que foram tirados da saúde, da previdência para pagar os juros da dívida interna e da dívida externa. Pagamos esses juros tão altos porque é a única forma, Ver. Pedro Américo Leal - que comigo tem discutido -, para manter esse plano maluco contra a população brasileira, é termos muitos dólares aqui dentro, tem de haver dólar do capital especulativo, e temos de pagar, então, o juro mais alto do mundo. Pagamos o juro mais alto do mundo e cortamos verbas da área social e nos obrigamos a ter de mudar a legislação, como corretamente o Ver. Fernando Záchia está fazendo, porque é impossível que a nossa população, completamente empobrecida, por atrasar alguns dias o pagamento do imposto, venha a ter de pagar o imposto de 15%.

Portanto, Ver. Fernando Záchia, ao mesmo tempo em que elogio a sua iniciativa, também refiro que a Administração Municipal sabe que vereadores não podem fazer projetos tributários. Eu discuto isso com o Ver. Reginaldo Pujol há muito tempo na Comissão de Constituição e Justiça. A nossa Lei Orgânica é omissa quanto a competência de o vereador legislar sobre a questão tributária e financeira, mas é também muito claro que o processo legislativo é recebido pela Lei Orgânica e pela Constituição Federal, no art. 61, inciso I, letra b, deixando claro que projetos tributários são da competência privativa do Chefe do Poder Executivo. Então, essa matéria é recebida pela Lei Orgânica Municipal, mas o Governo Municipal, mostrando a sua sensibilidade, conversou com o Ver. Fernando Záchia, e entendemos que a justiça, nesse momento, se sobrepõe ao direito positivo, se sobrepõe às disposições, inclusive, de ordem constitucional e estamos, neste momento, saudando o Vereador e apoiando a sua iniciativa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCL nº 004/99.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em grande parte, o que pretendia dizer já foi dito pelo Ver. Juarez Pinheiro, na sua análise sobre o aspecto jurídico, que, evidentemente, baliza o que aconteceu com relação à votação que agora se realiza, deste Projeto de Lei do Ver. Fernando Záchia que, pelo que verifico, tem uma aprovação tranqüila, então, não vou me alongar em comentários.

Eu simpatizava muito mais com a proposta originária e até mesmo com a Emenda nº 1, que o próprio Ver. Fernando Záchia, que escalonava no tempo a fixação dessas multas, fazendo com que fossem progressivamente sendo aplicadas.

Entendo que um Projeto como este tem que ser fruto de uma construção política dentro da Casa. Com a realização dessa construção política, com a concordância do consenso da Casa, acho que estaremos, nesta manhã, produzindo um bom projeto para a Cidade de Porto Alegre, dando um bom instrumento para o Sr. Prefeito Municipal aplicar as multas aos inadimplentes, num primeiro momento, de uma forma branda e, num segundo momento, após 60 dias da incidência do imposto, de uma forma mais forte, mais dura, de certa forma até - no meu modo de ver - exagerada. Mas hoje convivemos com uma situação mais virulenta e ela não tem nenhuma gradação, desde o momento em que não ocorre o pagamento do tributo, independente de qualquer circunstância, é aplicada uma multa que chega a atingir 15%, em determinada circunstância.

A Emenda apresentada ao Projeto pelo Ver. Fernando Záchia, pelo ilustrado Líder do PPB, Ver. João Dib, é um caminho bom e é saudável que tenha ocorrido dentro de um entendimento, que na maioria das vezes ocorre aqui na Casa.

Por isso, Sr. Presidente, não ocupo os cinco minutos que me são destinados e consolido, com o meu pronunciamento, o meu apoio à proposta do Ver. Fernando Záchia e digo que entendo a mesma no contexto em que ela acabou se concretizando, isso é, no bojo de uma negociação que vai possibilitar uma aprovação tranqüila da sua proposta. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLCL nº 004/99.

Aproveitamos para apregoar Emenda de nº 02 ao Substitutivo nº 01 ao PLL nº 07/00, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, subscrito pelo Ver. João Dib, Líder da sua Bancada.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais pessoas que nos acompanham, a questão tributária, sem dúvida, é uma das questões mais importantes a se discutir no âmbito do Executivo e no âmbito do Legislativo porque, enfim, é o que garante o serviço da Prefeitura, do Estado ou mesmo da União para a sociedade que contribui com esses tributos. E, ao mesmo tempo em que o tributo deve ser acessível, ele - na minha visão e acho que da nossa Bancada inteira - tem que ser um tributo progressivo, de acordo com a capacidade contributiva dos cidadãos.

Nós não fazemos justiça, por exemplo, através dos impostos indiretos, e o ICMS é aquele mais exemplar para isso, quando alguém que tem uma renda de vinte, trinta salários-mínimos compra um quilo de feijão, e o cidadão que ganha um salário-mínimo, 151 reais, esta miséria de hoje, compra o mesmo quilo de feijão, porque os dois pagam, embutido no preço daquele quilo de feijão, o mesmo valor de imposto. Isto não é justo, de forma nenhuma. Se analisarmos a estrutura tributária no País vamos verificar que ela está de cabeça para baixo. Quem termina pagando mais imposto são as pessoas de menor poder aquisitivo, e aqueles de maior poder aquisitivo têm forma de escapar do pagamento de impostos. Portanto, é uma discussão profunda.

Temos de ter um imposto acessível, mas, ao mesmo tempo, temos de fazer com que todos, de acordo com a sua capacidade, paguem imposto. Aqueles que não têm renda nenhuma, que estão abaixo da linha de pobreza, evidentemente não têm como contribuir, como os aposentados, e assim por diante. A nossa legislação sobre o IPTU garante isto, por exemplo.

Outra questão tem a ver com o não-pagamento destes tributos, que é o centro da discussão neste momento. Já tivemos, infelizmente, uma inflação tremenda. Já tivemos mês - e talvez os mais jovens não lembrem -, aqui no Brasil, com inflação de 84%. Isso já aconteceu. É evidente que, num quadro como este, a multa de 10% era uma multa baixa, 15% era uma multa baixa, porque incentivava o cidadão a não pagar, colocava o dinheiro em qualquer rendimento e, depois, ele pagava a multa, porque terminava tendo vantagem financeira nesta situação. Uma situação boa do que sobrou do Plano Real até hoje é esta redução drástica da inflação. Sabemos o custo social disto, temos claro o custo social disto. Não é à toa que, na última pesquisa que os jornais publicam hoje, o Sr. Presidente da República Fernando Henrique Cardoso está com uma desaprovação tremenda, 73% da população do País desaprova o Governo Fernando Henrique Cardoso. O custo desta compressão da inflação é um custo social tremendo, mas é verdade que a inflação está bem mais baixa do que já foi. Não há dúvida quanto a isto. Então, a proposta do Ver. Fernando Záchia é interessante, é boa, agora, com a modificação feita por essa Emenda.

Na primeira proposta do projeto do Ver Fernando Záchia, ele colocava que em qualquer momento que a pessoa pagasse com atraso o seu imposto, pagaria apenas 2%. Quer dizer, mesmo que ele pagasse no outro dia do vencimento ou se ele pagasse um ano depois, ele pagaria os mesmos 2%. Aí, nós não estaríamos fazendo justiça. Agora, com a Emenda, não; ele tem um mês para pagar uma multa bem mais baixa, não mais os 15%, mas de 2% e depois, se passar esse tempo todo, volta a ter um valor mais alto de10 %. Com essa modificação, nós também somos favoráveis.

A multa deve ser, ao mesmo tempo, uma punição, sim. Nós sabemos que às vezes as pessoas não têm condições, mas outros não pagam para tirar algum proveito e, portanto, não podemos incentivá-los. E àqueles que têm dificuldades ficam garantidos ao longo de um mês os 2% e, depois, se não puderem pagar, 10%. Acho que chegamos num ponto de equilíbrio e a nossa Bancada votará a favor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Encerrada a discussão. Em votação. Com a palavra, o autor do Projeto, Ver. Fernando Záchia, para encaminhar.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. Se este Projeto for aprovado, fico particularmente contente com a função do vereador. Por que a função do vereador? A função do vereador é trazer para esta Casa matérias que têm, no entendimento deste Vereador, importância significativa para a população de Porto Alegre e que esta matéria possa – após ser debatida com a participação de todos – chegar aqui para ser votada e, quem sabe, ser aprovada.

A matéria tramita na Casa desde maio de 1999, então, obteve tempo suficiente para ser maturada, para ser amplamente discutida. Havia uma formatação original e, como colocaram aqui os Vereadores Juarez Pinheiro e Guilherme Barbosa, com muita competência, havia uma certa rigidez, porque não diferenciava aquele contribuinte eventualmente atrasado em um dia, daquele atrasado em doze meses. Este tinha o mesmo benefício da redução da multa. Nós tínhamos que fazer essa diferenciação, porque não é justo, no entendimento deste Vereador, que tributos em que as multas eram de 10% a 15% pudessem, num período de redução de inflação, arcar com esse alto valor em cima daquele, eventualmente, que atrasou em um ou dois dias, até por razões que independem dele, como, por exemplo, ter o seu salário atrasado, que, hoje, é quase uma normalidade nesse contexto de uma economia extremamente desequilibrada por que passa o Brasil. Então, o contribuinte, o cidadão comum, tendo o seu salário atrasado, não tem os recursos suficientes para pagar o tributo no dia do vencimento e, por isso, era automaticamente penalizado em 15% ou 10% de multa. Não estamos falando da correção do tributo e nem do juro, estamos falando na incidência da multa em cima disso. Isso não é justo. Agora, também, não é justo comparar o contribuinte que atrasou cinco, dez ou vinte dias com aquele que atrasou em dez, doze meses que teria a mesma redução para 2%. 

Então, esse era o objetivo: primeiro, do Ver. Fernando Záchia em trazer esta matéria para que pudéssemos discutir e fazer com que houvesse a sensibilidade do Executivo Municipal, do Sr. Secretário da Fazenda e dos Vereadores da Bancada do PT para que, em conjunto, construíssemos, de fato, algo que saísse do papel e fosse colocado na prática e viabilizado.

Através de reuniões com a Bancada do PT, com a sua Liderança, a Ver.ª Helena Bonumá, construímos estas duas Emendas, principalmente a Emenda nº 02, que é extremamente importante, porque diferencia esses casos no seu parágrafo 3º, inciso I, do art. 69 que diz: “Dois por cento, quando o pagamento se der ainda no curso do mês subseqüente ao da competência do imposto.” Por exemplo, o tributo venceu no dia 10 de julho, o contribuinte vai pagar até 30 de agosto, e aquele que pagar em atraso terá multa de 2%. No seu inciso II diz: “Dez por cento, quando o pagamento se der a partir do segundo mês subseqüente da competência do imposto.” Aquele mesmo tributo, por exemplo, que venceu dia 10 de julho, o contribuinte não pagou até o final de agosto, vai pagar em setembro, outubro ou novembro, este cai nos 10%. Nós estamos fazendo uma diferenciação daquele que, eventualmente, atrasou e quer recuperar esse atraso pagando o tributo, daquele que é costumeiramente um inadimplente. Nós não podemos beneficiar aquele que não paga a sua responsabilidade, a sua participação, pagando o tributo, para que possamos, como dizia com muita correção o Ver. Adeli Sell, através dessa arrecadação, podermos fazer os investimentos nas áreas sociais e estruturais que o Município precisa, daquele que teve, por uma eventualidade, alguma dificuldade e não pagou o tributo no tempo certo.

Então, termino dizendo, Srs. Vereadores, que saio daqui, se esta matéria for aprovada, extremamente gratificado, porque vi nesta Casa Legislativa o processo todo de uma tramitação de algo que envolve toda a sociedade porto-alegrense. A participação dos Srs. Vereadores, indiferentemente dos partidos, que quiseram e participaram para que pudéssemos construir algo que, definitivamente, tivesse uma utilidade junto à sociedade porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, para o bom andamento dos trabalhos gostaria de propor que, pela manhã, ainda fosse votado este presente Projeto e o do Ver. Hélio Corbellini e, à tarde, às 14h, continuaríamos no processo normal.

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Feita a sugestão, esta Presidência acolhe, se não houver nenhuma contrariedade por parte das demais Bancadas.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar o PLCL nº 004/99.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós já dissemos, no período de discussão deste Projeto, que a Bancada do Partido dos Trabalhadores votará favoravelmente à proposição do Ver. Fernando Záchia, acerca das multas de 2% para quem pagar no mês subseqüente à data do pagamento e, depois desse período, não havendo pagamento, a multa de 10%.

Nós também queremos levantar aqui a necessidade de fazermos alguns ajustes na própria Legislação. Pretendemos apresentar um projeto no início de agosto.

Gostaríamos de contar com a atenção e o apoio do Ver. Fernando Záchia, para que nós também pudéssemos, naqueles pequenos débitos com que, muitas vezes, o agente fiscal se depara, que devem ir para o Conselho e, dessa maneira, acabamos fazendo com que haja pilhas e pilhas de processos, muitas vezes não dando tempo e atenção para que o agente fiscal faça as cobranças daqueles valores maiores de empresas que estão funcionando. Dessa maneira, poderemos limpar o processo de cobrança de tributos, quando houver atrasos.

Creio que dessa maneira, pela consciência cidadã dos nossos empreendedores, nós poderemos arrecadar um número significativo de tributos atrasados, colocando os devedores em dia, porque fizemos um escalonamento de pagamento da multa. Assim estaremos mostrando à municipalidade de Porto Alegre e aos nossos contribuintes que nós vamos continuar zelando pelo pagamento em dia, de que não há perdão de multas, e que nós não vamos fazer com que se faça aqui o que se faz em outros lugares, que é uma legislação que não tem uma preocupação com o pagamento em dia.

Ao aprovar este Projeto, nós estamos mantendo a rigidez da arrecadação na data; no mês subseqüente com 2% de multa, e não pagando no mês subseqüente, com 10% de multa. Posteriormente, apresentaremos este Projeto de Lei, muito simples, acerca das funções do próprio Conselho Tributário Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Em votação o PLCL nº 004/99. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 02 ao PLCL nº 004/99. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, contra o voto do Ver. João Carlos Nedel.

Em votação a Emenda nº 03 ao PLCL nº 004/99. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Eu penso que por uma questão de garantia, como é matéria tributária, e precisa ser maioria, eu gostaria de pedir a verificação de votação em relação ao principal, para garantirmos que não haja nenhuma questão legal no futuro.

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): É que já havia sido feita a verificação de quórum. E, visualmente, há quórum, não há problema nenhum em fazer de novo, apenas para agilizar os trabalhos.

Vamos proceder à verificação de votação do PLCL nº 004/99, solicitada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt.(Após a apuração nominal.) APROVADO por 31 votos SIM, 1 voto NÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1134/00 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 006/00, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, que autoriza o Executivo Municipal a criar o Conselho de Segurança Comunitária e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela rejeição do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,    § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 006/00.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, conversei com algumas lideranças no sentido de votarmos este Projeto do Ver. Hélio Corbellini e, logo após, fazermos uma pausa, retornando-se às 14h30min.

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Esta Presidência solicita que sejam consultadas as demais lideranças para ver se há acordo; se não houver, será o horário regimental.

Em discussão o PLCL nº 006/00. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, ontem à noite, numa reunião com as comunidades dos Bairros Farroupilha e Bom Fim, este Vereador e o Ver. Isaac Ainhorn, junto com a Brigada Militar, discutimos as questões de segurança daqueles Bairros. Havia lá cerca de trinta e poucos cidadãos sugerindo medidas concretas, práticas e discutindo no mesmo nível com a Brigada Militar o que consideravam o melhor para sua segurança nesse momento em que a violência assola o nosso País.

Subimos a esta tribuna, novamente, para dizer a mesma coisa que dizemos desde 1997. Em 1997 apresentamos o primeiro Projeto para criação do Conselho de Segurança. Nas suas idas e vindas, nas discussões, não só nas Bancadas, mas com as comunidades também, redundou neste Projeto que está, no nosso entender, finalizado, juntamente com a Emenda nº 01. Esta Casa será pioneira, não só no Estado, já que a política que a Secretaria Estadual de Segurança sugere é que ele seja criado, mas é a primeira Capital no Brasil que começa a colocar a segurança pública também à discussão da sociedade. No nosso entender, é o primeiro passo naquilo que lutamos desde 1997, para que um dia se tenha a segurança municipalizada. Vai demorar? Vai. É um debate longo? É, mas é um debate que deve envolver a sociedade.

Quando se lê na Constituição que a segurança é uma questão de estado, aquele “de” significa que não é só do aparelho estadual, mas sim do ente Estado, onde se compõem o Governo Federal, o Governo do Estado, o Governo Municipal, toda a sua sociedade e todas as sua forças vivas. Como também já dissemos, várias vezes, aqui, nesta Cidade, considerada por todos a meca da participação popular, ainda falta este Conselho para que também a população diga à Prefeitura, aos órgãos dos aparelhos responsáveis pelo policiamento da Cidade, aquilo que ela pensa e aquilo que ela quer, porque a obrigação dos aparelhos e do Estado é garantir a vida do cidadão, é garantir a paz do cidadão. Para nós, é um primeiro passo importante.

Solicitamos aos senhores vereadores que votem favoravelmente este Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para encaminhar o PLCL nº 006/00.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras visitantes, eu desejo dizer que a iniciativa é boa, agora, ela em nenhum lugar, nem na sua exposição de motivos, lembra o que o Executivo Municipal já deveria ter feito há muito tempo e não o fez. Temos assegurado que não existe política municipal de segurança em Porto Alegre. Eu leio a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, na sua folha 41, seção III, no que diz da segurança, artigo 156: “A Sociedade participará de conselho próprio para encaminhamento e solução dos problemas atinentes à segurança pública na forma da Lei.” De modo que o Executivo nunca mandou uma lei para que se instituísse esta política de segurança nos temos da própria Lei Orgânica. O Ver. Hélio Corbellini, atirando no que viu, atingiu o que não viu, que também foi a Lei Orgânica Municipal.

O Projeto é bom, primeiro, porque ele está-se posicionando na forma da lei, ou seja, uma Lei para que se comece a fazer política de segurança em Porto Alegre. Como nós temos um Projeto da criação da Secretaria Municipal de Segurança e da sua absorção da guarda municipal, que nós queremos que tenha outras funções muito mais importantes do que as atuais, como por exemplo, a guarda municipal cuidar da questão da segurança do Centro, só para citar o exemplo daquela foto escandalosa de um PM com um revolver, puxando os cabelos e dando uma gravata numa camelô, ou seja, aquele PM que deveria estar cuidando a população, estava fazendo violência com uma camelô, embora ela estivesse ao arrepio da lei. Mas a função seria da guarda municipal, que anda fardada e armada e deveria participar, porque é assunto municipal, não tem que botar PM estadual nas coisas municipais. Pior do que isso, foi um convênio que eu denunciei, que espero que não tenha havido este convênio maldito entre a SMIC e a Brigada, para que a Brigada fosse braço da SMIC na violência ou na segurança do Centro, principalmente em relação aos camelôs.

Quero dizer que o Ver. Hélio Corbellini em boa hora estabelece a lei que a Lei Orgânica prescreve, e cria um Conselho de Segurança, mas eu só tenho uma dúvida que é a questão de colocar três representantes do Legislativo - me assegurou o Ver. João Dib que representante do Poder Legislativo só pode ser vereador - eu pensei que poderia ser funcionário, e não sei se vereador pode participar de Conselho. Afora essa dúvida, eu penso que o Projeto é bom, ajuda e, finalmente, Porto Alegre começa a ter uma política municipal de segurança. O Conselho é bom, porque envolve a comunidade, a sociedade e o Poder Público, e não é um decreto, é uma lei, mas, aprovado esse Conselho, ele será, tão-somente, sob o aspecto de consecução, uma forma indireta de segurança, porque o braço executivo da segurança dos municípios tem que ser feito por meio das guardas-municipais, as quais terão que ter lei, o que Porto Alegre não possui.

A Cidade de Novo Hamburgo, do lado de Porto Alegre, tem uma belíssima lei a respeito dos guardas-municipais, inclusive com plano de carreira.

O nosso encaminhamento é favorável, evidentemente, até porque a Lei Orgânica assim o exige, o Executivo nunca fez, e a Câmara então está fazendo. Por evidência, nós, da Bancada do PDT, somos favoráveis ao Projeto do Ver. Hélio Corbellini. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): A Ver.ª Helena Bonumá está com a palavra para encaminhar, pela Bancada do PT, o PLCL nº 006/00.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Projeto do Ver. Hélio Corbellini é no sentido de criarmos no Município o Conselho de Segurança Comunitária, com a participação do Executivo, da sociedade organizada e dos segmentos de direitos humanos, ao qual agregamos uma emenda diminuindo a participação do Executivo Municipal, de seis para três representantes e, incorporando, Ver. Pedro Américo Leal, os segmentos relacionados à segurança pública no Governo do Estado. Nós propusemos que se incorpore a Brigada Militar, a Polícia Civil, a SUSEP, FEBEM e a Ouvidoria, criada no ano passado, pelo Governador Olívio Dutra. Nós entendemos que com essa proposta de emenda, que estamos agregando, o Projeto fica bom e, ao mesmo tempo, reflete uma discussão que já temos acumulada em nossa Cidade há alguns anos relacionada à Segurança Pública.

Entendemos que a Segurança Pública é e deve continuar sendo de competência estadual. Portanto, somos contrários à idéia de uma secretaria de segurança pública municipal. Mas a proposição do Ver. Hélio Corbellini de termos um conselho é adequada, porque entendemos que, pelo grau de organização da nossa comunidade, pelo grau de participação do cidadão de Porto Alegre nas decisões sobre as políticas públicas, é cabível e pertinente que se discuta a questão da segurança pública nesse processo cidadão que aqui se desenvolve, mesmo que as atribuições da segurança pública sejam e deverão continuar sendo de competência estadual.

Nós entendemos que é importante que a comunidade discuta, porque as medidas concretas de prevenção à violência, as medidas concretas de combate à violência têm que ser discutidas também com a comunidade, e a comunidade deve ser parceira na sua efetivação. A comunidade porto-alegrense, que é organizada através do Orçamento Participativo, e que já discute as políticas sociais, públicas e os investimentos em várias áreas, e que já é parceira do Poder Público em mais de vinte conselhos municipais - Conselho da Criança e do Adolescente, Conselho de Saúde e Conselho de Assistência Social - cabe que essa comunidade também deve discutir as ações de segurança pública em conjunto com os órgãos da segurança pública - e esse foi o objetivo da nossa Emenda - que os órgãos responsáveis pela segurança pública, no âmbito do Estado, sentem e sejam parceiros da comunidade de Porto Alegre, juntamente com o Governo Municipal, com os segmentos que lutam pelos direitos humanos e que sejam parceiros na discussão das ações das políticas preventivas na área da segurança e no combate à violência.

Temos um quadro nacional do crescimento da violência no nosso País. A violência no Brasil é endêmica, uma violência que está dentro da família, que está entranhada nas relações sociais e que tem como causa a grande desigualdade social que vivenciamos no País, infelizmente. Presenciamos o debate da Segunda Conferência Municipal de Direitos Humanos aqui em Porto Alegre, há um mês, onde a questão da segurança pública foi pauta desses debates e foi apontada a necessidade da comunidade se somar de forma organizada na discussão deste tema. Acompanhamos também a discussão da conferência Nacional de Direitos Humanos, onde foi feita a denúncia da violência do País inteiro. Sabemos que essa violência, muitas vezes, é em nível nacional, praticada historicamente a partir do Estado, inclusive, na medida em que muitas das instituições do Estado não cumprem com as suas competências na área da segurança como, também, na medida em que o Estado, em nível nacional, não tem como prioridade básica as questões sociais e o próprio combate à violência de uma forma mais responsável e decisiva, trabalhando a questão social, trabalhando o combate à miséria. Mais uma vez isso ficou declarado e explícito no relatório da ONU, apresentado em Genebra, há um mês atrás. Nós somos o segundo país, no mundo, em desigualdade social, só perdendo para um país da África, a décima economia industrial do mundo. Portanto, somos, sim, um país que, historicamente, ao longo dos quinhentos anos, o Estado foi autoritário com a população e praticou violência contra a própria população. Nós temos a violência entranhada no nosso tecido social.

Quando num Município como Porto Alegre, colocamos a questão da discussão da violência e de termos ações e políticas de combate e prevenção à violência, é importante, sim, que nós resgatemos as causas, as raízes desta violência no nosso País, que é uma violência que cresce e que tem como fundamento o drama social e a miséria social a que este País está subjugado pelas políticas que o Governo Federal sucessivamente vem adotando. Portanto, quando numa cidade, cidadã como Porto Alegre, se coloca uma proposta de criação de um conselho, é importante que a gente aprove esta proposta do Ver. Hélio Corbellini e que, a exemplo do que já fazemos com outras políticas, passemos, também, juntamente com o Orçamento Participativo, a deliberar sobre as questões da prevenção e do combate à violência. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Renato Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar o PLCL nº 006/00.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A Ver.ª Helena Bonumá, Líder do Partido dos Trabalhadores, é como se fosse uma fita gravada. Ela repete sempre, em qualquer alternativa, que o problema da questão social e da segurança está nesta política do FHC, do FMI. Ela disse mais ou menos umas mil vezes, sem se aperceber o que nós estamos discutindo. Nós estamos discutindo a criação de um conselho, onde seja discutido, onde seja programada, onde sejam debatidas propostas políticas de segurança. As causas dos problemas de segurança são estudadas pelos sociólogos, pelos órgãos da segurança, e a principal causa não está no problema econômico. Na Cidade de São Paulo, onde somente num fim-de-semana ocorreram cento e quarenta assassinatos, mais de 70% foram praticados por pessoas que tinham empregos e que eram de classe média-baixa e de classe média-média. Não são pessoas que estão na miséria, que perderam o seu emprego. Não. Então, quando o Governo promove o desarmamento, todo mundo começa a falar mal do desarmamento. Mas alguma coisa tem de ser feita! E dessas pessoas que praticam a violência - esses 70% - nenhuma possui registro criminal anterior. Então, é muito fácil se falar das causas sociais quando outras causas começam a emergir numa sociedade que tem uma superpopulação, como São Paulo, por exemplo, onde não existem mais espaços urbanos.

As experiências realizadas com ratos, em laboratório, mostram que os animais, ao se desenvolverem, se não tiverem um espaço adequado, passam ao processo de canibalização. Esses fenômenos atuais nas megalópoles começam a ser estudados sob todos os seus pontos de vista. E, de uma maneira eleitoreira, de uma maneira restrita, de uma maneira reducionista, os problemas são atribuídos ao Fernando Henrique Cardoso. A questão da segurança, quando do Governo Britto, era atribuída ao Governo Estadual. Agora que o PT está no Governo Estadual, passa-se o problema da segurança para o Governo Federal.

Eu queria cumprimentar o Ver. Hélio Corbellini e dizer a ele que esse é o primeiro passo para o processo de municipalização da segurança, um processo que ao natural vai ocorrer, e que a criação do Conselho é um passo importante, competente e vai ser municiador, vai presidir, inclusive, o processo de municipalização da segurança. Assim como foi municipalizada a saúde, a assistência social, a educação, também a segurança tem de ser municipalizada, porque o processo de violência urbana se dá no Município. Dizer que é da competência do Estado, é agora, mas daqui a muito pouco tempo vai passar a ser do Município, mas principalmente com a criação do Conselho como órgão fiscalizador, como melhora do nível de exigência de uma sociedade aos processos de segurança, como órgão, inclusive, que pode deliberar sobre muitas coisas a respeito de segurança em nossa Cidade, um Conselho que deverá ter seu processo de montagem com a participação de toda a sociedade. E quero comunicar à Ver.ª Helena Bonumá que não é só o Orçamento Participativo que é parceiro. Não! A Brigada Militar do Rio Grande do Sul se reúne com a sociedade já há bastante tempo, e em outros governos. Não é por fenômeno de participação. A proximidade da Brigada Militar com a população foi uma das metas do Governo Ildo Meneghetti e isso a Brigada Militar já conseguiu, goza inclusive da simpatia e da confiança da população do Rio Grande do Sul.

E agora, saudando a criação do Conselho, podemos vislumbrar, Ver. Nereu D’Avila, a criação de uma secretaria municipal de segurança. Vemos essa idéia com extrema simpatia e mesmo que não seja agora constitucional, daqui a muito pouco tempo vai ser, porque esse é um determinismo histórico, não há como fugir disso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Renato Guimarães): O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o PLCL nº 006/00.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a minha Bancada encaminha favoravelmente, sem dúvida nenhuma, e o faz alicerçada nos conhecimentos que tem de segurança pública o Ver. Pedro Américo Leal, da nossa Bancada.

Mas queremos fazer uma colocação, que foi também levantada pelo Ver. Nereu D’Avila e que pode ser resolvida na redação final. Quando o Ver. Hélio Corbellini propõe “três representantes do Poder Legislativo Municipal”, que na Redação Final se substitua por “três representantes indicados pelo Poder Legislativo Municipal”. A Redação Final pode fazer isso e o Projeto fica muito bom.

Espero que o Sr. Prefeito o sancione. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Renato Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar, pelo PFL, o PLCL nº 006/00.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero saudar o Ver. Hélio Corbellini pelo seu Projeto que inaugura um processo de participação do Município pela sociedade, pelos seus órgãos político-administrativos na elaboração, formulação e, sobretudo, na execução de programas de segurança pública, que não se vedam na Lei e que não estão impedidos de se realizar, como entendem alguns, numa leitura muito primária de dispositivos da Constituição Federal.

Quero saudar a constituição desse CONCECON, que vem com a finalidade de sugerir prioridades na área de segurança pública no âmbito do Município; que vem formular estratégias e controlar a execução da política municipal de segurança pública - que, como eu disse, agora se inaugura -; que vem acompanhar e avaliar o serviço de segurança pública e privada prestado à população, zelando pelo respeito aos direitos humanos e pela eficiência dos serviços à proteção da Cidade. Quero saudar esse CONCECON que veio sugerir critérios para a celebração de contratos e convênios entre o Poder Público Municipal e entidades e empresas privadas para a execução da política de segurança pública municipal, tendo como princípio a redução do índice de criminalidade no espírito da responsabilidade civil.

Saúdo esse CONCEPRO que buscará o permanente relacionamento da comunidade com as forças policiais que atuam no Município.

Saúdo, por conseguinte, uma bela idéia, uma excelente iniciativa que dará ao Poder Executivo Municipal, ao Chefe do Executivo Municipal Raul Pont, a possibilidade concreta de se iniciar, através desse mecanismo, numa ação que hoje nenhum Prefeito Municipal pode dela declinar. Por isso, Ver. Hélio Corbellini, seu Projeto é bom, merece e deve ser aprovado, transferindo a vontade política deste Legislativo para o Executivo Municipal que terá, sim, a nossa declaração clara de que ele está autorizado a agir, na forma da lei, como estamos a propor, ficando ele, evidentemente, com a responsabilidade de aceitar ou não essa proposta coerente, conseqüente e positiva que, através da aprovação do Projeto de Lei proposto pelo Ver. Hélio Corbellini, a Casa tem possibilidade de oferecer e, oferecerá, ao Sr. Chefe do Executivo Municipal. Esta é a nossa posição, como integrante e como Líder da Bancada do Partido da Frente Liberal que se soma às vozes que aqui, nesta tribuna, já se manifestaram favoravelmente ao Projeto e se compromete a com elas se somar no momento da votação que, esperamos, seja breve. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Renato Guimarães): Em votação nominal o PLCL nº 006/00. (Após a apuração.) APROVADO por 25 votos SIM.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Os vinte e cinco votos favoráveis, Sr. Presidente, constituem a unanimidade da Casa, porque os ausentes se somam a nossa decisão.

 

O SR. PRESIDENTE (Renato Guimarães): Antes de passar a palavra ao Ver. Isaac Ainhorn, coloco em votação a Emenda nº 01.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu estava tentando votar e o meu sistema não recebeu o meu voto. O meu voto não foi registrado. Por isso que eu insistia com V. Ex.ª que antes de votarmos a Emenda, sob pena de prejuízo, gostaria de votar o Projeto. Sr. Presidente, a Ver.ª Helena Bonumá tenta, anti-regimentalmente, falar, mas...

 

O SR. PRESIDENTE (Renato Guimarães): Faço o registro do voto do Ver. Isaac Ainhorn, que vota “sim” ao Projeto.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLCL nº 006/00. (Pausa.) Os Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Estão suspensos os trabalhos.

Às 14h30min retornaremos ao Plenário para dar prosseguimento à discussão e votação dos projetos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 12h37min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Renato Guimarães - às 14h43min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Submeto ao Plenário Requerimento para inversão na ordem dos trabalhos, Sr. Presidente, passando imediatamente à discussão e votação do PLE nº 023/99.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, essa matéria está vencida. A Ordem do Dia já está definida por deliberação do Plenário. Estamos apenas dando continuidade à Sessão aberta pela manhã, que terá de cumprir a Ordem do Dia estabelecida.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Em face da colocação do Ver. Reginaldo Pujol, retiro o Requerimento, Sr. Presidente, restando sem objeto quaisquer questionamentos.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3619/97 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 211/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui a obrigatoriedade de utilização de destruidores moleculares de agulhas hipodérmicas no Município de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Em discussão o PLE nº 211/97. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a demanda que o Ver. Reginaldo Pujol apresenta ao Parlamento de instituir a obrigatoriedade de utilização de destruidores moleculares de agulhas hipodérmicas no Município de Porto Alegre vem, na realidade, responder a uma orientação no sentido de trazer maior segurança ao trabalhador na área da saúde.

Nós entendemos - é uma discussão que vimos fazendo e apresentamos ao Ver. Reginaldo Pujol - que a implantação de um serviço como esse teria que constituir, na realidade, num primeiro patamar, uma sustentação técnica para isso. Colocamos ao Ver. Reginaldo Pujol a necessidade de construirmos uma caminhada, para que testássemos uma técnica como essa, como projeto-piloto, num dos serviços de saúde no Município de Porto Alegre, para podermos verificar qual o retorno que o serviço de saúde dá a esse tipo de providência. Esse seria o entendimento de que, a partir desse momento, distribuiríamos em toda rede, em mais de cem postos de saúde, Hospital de Pronto Socorro e outros serviços, um conjunto de destruidores moleculares. Isso ficaria muito longe da possibilidade do Poder Público Municipal e não saberíamos qual o retorno técnico de uma medida dessa. Portanto, quem sabe, com isso, haverá possibilidade de o Projeto de Lei ser entendido e aceito como tal e, depois, no Executivo, na hora de regulamentar e colocar em prática, ver qual o melhor caminho, tecnicamente, para fazer essa adequação. Isso seria no primeiro momento.

No segundo momento, hoje, a própria orientação na área técnica da saúde de tratar essas questões já observa - e o Ver. Reginaldo Pujol sabe disso - um conjunto de cuidados no sentido de separar esse material em caixas de papelão para que o próprio trabalhador da área da saúde não tenha contato, que só despeje, nesses locais, essas agulha, não oferecendo risco. Já existe um conjunto de regras de normatização técnica para possibilitar e garantir o direito e a segurança do trabalhador.

 Portanto, estamos trazendo este debate para que se adeque uma tecnologia e para, quem sabe, acharmos uma melhor saída para este processo, que seria esta que estamos a apresentar.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero cumprimentar V. Ex.ª, em primeiro lugar pela forma inteligente como está encaminhando o Projeto, o que, inclusive, nos poupa de discuti-lo, porque V. Ex.ª antecipa da tribuna o que é o melhor entendimento do consenso da Casa.

O Projeto, expressamente, prevê que a matéria ficará pendente de uma regulamentação por parte do Executivo que, obviamente, vai dar esse parâmetro de aplicação do Projeto, que não tem a pretensão de transformar esse processo todo em algo do dia para a noite, o que seria absolutamente inviável. Com a perspectiva da regulamentação feita pelo corpo técnico da Secretaria da Saúde, nós vamos ter atingido o objetivo dentro de um critério que, certamente, surgirá com o embasamento técnico que vem dos profissionais vinculados a essa Secretaria do Município de Porto Alegre.

V. Ex.ª acertou na mosca, é exatamente isso que nós pretendemos. O Projeto possibilita a realização da atividade, que será na forma que a regulamentação vier a estabelecer. Tem razão V. Ex.ª, eu lhe agradeço por esse encaminhamento.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Ver. Reginaldo Pujol, só para complementar, na busca de outras soluções, por exemplo, quero fazer referência à possibilidade de instituir a obrigatoriedade para farmácias, drogarias e policlínicas, para também constituírem cooperativas, adquirindo um destruidor molecular e constituindo essa experiência, da mesma forma como o Poder Público faria através de projeto-piloto, para ver o resultado.

Acho que essa, sem sombra de dúvida, seria a saída que nós, legisladores, poderíamos apontar para o Executivo no momento da sua regulamentação e de pôr em prática a sua idéia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Registramos o pedido de Licença para Tratamento de Saúde, do Ver. Antônio Losada.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de licença do Ver. Antônio Losada e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Encerramos a discussão do PLL nº 211/97. Em votação. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2637/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/99, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que autoriza o Poder Executivo Municipal a implantar, no serviço de transporte de passageiros por ônibus, a Linha Verde-Circular.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela rejeição do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Tereza Franco: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 130/99. O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para discutir.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto é um projeto autorizativo e, como tal, se constitui numa sugestão de um Vereador para que o Executivo pense na proposta que faz. Nada mais justo do que o Executivo acolher uma sugestão de um Vereador. Aliás, eu não pedi que este Projeto entrasse em pauta durante esta Extraordinária; muito pelo contrário, o Executivo fez questão de colocar o Projeto na relação das matérias que enviava para esta Câmara, o que muito me honra porque eu não mexi absolutamente nenhuma palha, como se diz corriqueiramente. Não! Mas o Executivo achou por bem incluí-lo, Ver. Juarez Pinheiro, V. Ex.ª que é um eminente Vereador e advogado, brindou-me com a classificação de Pontes de Miranda, achando que o projeto autorizativo não encontrava embasamento para ser sequer cogitado em Plenário. V. Ex.ª achou isso.

Mas eu teimo em dizer, nesta Casa, que os projetos autorizativos devem ser incluídos nos elencos das propostas que os Vereadores fazem; apenas dispensados do veto do Prefeito. O Prefeito não veta um projeto autorizativo; ele recebe a sugestão do legislador, que está trabalhando para ele, fazendo uma pesquisa para o Executivo, logo, não é preciso que vete. Ele apenas despreza o projeto; não o leva em consideração. Este Projeto é uma sugestão para que o turismo de Porto Alegre, o turismo para as classes mais desprotegidas, como é intenção do PT, vigore, venha a suceder.

Teremos a possibilidade de um passeio diário, através de ônibus especiais, com uma companhia qualquer que poderá se credenciar para uma licitação. Talvez a Prefeitura ache que cabe a ela isso, e penso que ela está pretendendo fazer essa promoção, daí o interesse manifestado para que o Projeto entrasse em pauta, senão isso não se justificaria.

O Projeto trata de um passeio em Porto Alegre para ver os monumentos históricos, as tradições pelos recantos da Capital, com todas as características que ornam cada ponto do Centro/Mauá, Av. Mauá/Usina do Gasômetro, Av. Loureiro da Silva, Av. Borges de Medeiros, Av. Praia de Belas, Rua Luiz Englert, Rua Paulo da Gama, Túnel da Conceição, Rua da Conceição. Quantas coisas belas nós temos a mostrar para o turista que vem de São Paulo, do Paraná, de Florianópolis, que vem do Brasil inteiro, e que não vê Porto Alegre apenas como um corredor. Até mesmo o gaúcho poderá visitar esses locais - eu mesmo não conheço uma série de monumentos que aqui estão nesta lista, que não lerei toda, pois são cinco folhas. Isso é muito barato; nós podemos ter isso com simplicidade, e o passeio terminaria num restaurante - e não estou interessado em promover um restaurante - que poderia ser um restaurante do recanto crioulo do Rio Grande do Sul, parece-me que é o restaurante do Parque da Harmonia. É a tradição do Rio Grande Sul, é a história do Rio Grande do Sul que estamos dando às classes mais modestas, às crianças dos colégios. Os colégios podem se abeberar nesses conhecimentos que proporcionamos a eles. Mas que maravilha!

É barato? É barato. E por isso acredito que o Sr. Prefeito deu muita importância ao meu simples e despretensioso Projeto. O turismo, no Rio Grande e principalmente em Porto Alegre, afinal é incentivado. E teremos das 7 às 21h, diariamente, essas linhas, e das 19 às 21h nos sábados e domingos. As pessoas podem se deleitar e fazer uma jornada dessas. Por que não fazê-la? Foi isso que apresentei, entre outras sugestões. E o Prefeito me surpreendeu com esse interesse muito grande em colocar o Projeto na pauta da matéria que encaminhou a esta Câmara. Muito obrigado, Sr. Prefeito. Não sabia que aqui estava tamanha preciosidade, que suscitou sua atenção e interesse.

De qualquer maneira, está à meditação e à avaliação dos colegas e dos pares da Câmara Municipal. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 130/99.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, municipárias, municipários, cidadãs, cidadãos. Simples, Ver. Pedro Américo Leal, porém não despretensioso, porque, na verdade, o seu Projeto tem um intento claro, preciso. Concordamos com que seja correto. Até porque, há uma necessidade de que tenhamos essa linha circular, que V. Ex.ª chama de linha verde, que é um desejo da municipalidade, inclusive do Secretário Municipal dos Transportes Mauri Cruz e do nosso Escritório Municipal de Turismo.

Estamos realizando, nos finais de semana, na chamada Rota Metrópole, um convênio com mais de uma dúzia de hotéis e restaurantes que dão descontos substantivos de até 50% nas diárias. Os que acessam esses locais têm direito a um passeio guiado, nos finais de semana, pelo Centro Histórico de Porto Alegre, um deles começando na Praça da Matriz e outro na Alfândega. Um outro passeio turístico guiado por pessoas qualificadas, guias de turismo, pagos pela Administração Pública Municipal.

Temos o desejo de que esse Projeto seja ampliado para todos os dias da semana, que tenhamos e já temos, de antemão, um pré-projeto por onde deva passar esse roteiro turístico na nossa Cidade, que V. Ex.ª chama de Linha Circular Verde, até porque acessaria os nossos parques. Diria, inclusive, que deve acessar o parque náutico, que é o parque onde havia, antigamente, a doca turística; na sexta-feira faz um ano que esse parque está sendo reestruturado, revitalizado e esperamos contribuir com o processo, através dessa interligação de linhas de ônibus como essa que V. Ex.ª está propondo para este Legislativo e autorizando, portanto, o Prefeito a fazer uma licitação. Inclusive, peço desculpas para V. Ex.ª, porque não tenho dados sobre o andamento do Projeto que já deveria, em última instância, ser um processo licitatório por parte da SMT, para que uma empresa local disputasse e esse trajeto fosse, portanto, licitado e aberto para a comunidade.

É um projeto simples, porém não é despretensioso, na medida em que pretende que as pessoas que acessem a nossa Cidade e mesmo os que moram em Porto Alegre, possam fazer um trajeto de conhecimento do nosso Centro Histórico, dos nossos parques, das nossas praças. Diria, inclusive, Ver. Gerson Almeida e Ver. Gregol, dois ex-Secretários do Meio Ambiente, que podemos pensar numa ampliação desse roteiro de Linha Verde Circular para acessar alguns morros de Porto Alegre. Saliento que, atualmente, a Brigada Militar faz um acompanhamento do Belvedere, no Morro Santa Teresa, das 7h às 23h; à noite, faz uma ronda com carro no local. É um morro belíssimo, onde temos uma visão muito linda da nossa Cidade. A ampliação para o morro do Bairro São Caetano, para o morro da Glória, onde temos o Santuário da Mãe de Deus, Ver. João Carlos Nedel, conhecemos muito bem, sabemos da importância turística desse local, confirmada agora pela visita do Escritório Municipal de Turismo, acompanhados por V. Ex.ª. Também ampliar para o Morro do Osso, que eu sei que é tão querido pelo Ver. Gerson Almeida.

Portanto, apoiamos a iniciativa do Ver. Pedro Américo Leal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Registramos, com muita alegria, a visita da Escola Especial Luciana Borges de Porto Alegre. Sejam bem-vindos.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 130/99.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queremos ao debater esta matéria, saudar os funcionários e funcionárias que lotam as galerias da Câmara Municipal preocupados, não poderia ser diferente, com algo que representa a segurança das suas vidas, enfim, a segurança que diz respeito aos seus interesses imediatos.

O Projeto que vamos discutir, talvez os funcionários ouvindo os debates não percebam as estratégias que se armam no Plenário. Talvez eu esteja, aqui nesta tribuna, dentro de uma estratégia, porque queremos mandar para o lixo o Projeto do Executivo, então é preciso fazer aqui todo um jogo de Plenário.

Eu tenho-me batido contra os projetos autorizativos, mas sou a favor da iniciativa do Ver. Pedro Américo Leal que tem indiscutível mérito. Quer S. Ex.ª estabelecer rotas turísticas, uma rota verde para atender à comunidade de Porto Alegre. No mérito é um bom Projeto, mas temos dificuldades no campo da legalidade e da constitucionalidade. Pois exatamente no campo da legalidade e da constitucionalidade é que quero falar sobre o Projeto do Executivo que se refere à previdência, é nesse campo que quero travar aqui hoje um grande debate sobre a sua legalidade. Eu sou, em tese, um legalista. As matérias precisam estar devidamente formalizadas para que surtam eficácia.

 

O Sr. João Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu já tive a oportunidade de assistir, com festa, à sanção de um projeto autorizativo lá na Prefeitura Municipal, e até fui impedido de falar. É por isso que estou lembrando a luta de V. Ex.ª contra os projetos autorizativos.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Isso faz parte daquilo que eu já disse há muito tempo, nesta Casa, sobre os amigos do rei. Em um debate aqui, eu utilizei a expressão “os amigos do rei”, porque, se é amigo do rei que habita o Paço Municipal, o projeto é sancionado, embora inconstitucional, se não é amigo do rei, o projeto não é sancionado. Então, qual é o critério que se adota? Eu prefiro ficar na minha linha e na minha postura legalista, observando, embora vá votar no mérito a matéria do Ver. Pedro Américo Leal, mas não posso perder a oportunidade, deixando transitar em julgado, sem fazer as observações que estou fazendo no que se refere à constitucionalidade, à legalidade da referida matéria. Mas o mérito é indiscutível: o Ver. Pedro Américo Leal quer dotar a Cidade de um sistema de tráfego no sentido de atender aqueles setores incorporados e considerados instituições e locais, etc., turísticos, de conteúdo, envolvendo aspecto históricos, geográficos, ambientais, incorporado na relação do nosso turismo.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Há grande dificuldade de se fazer com que os alunos consigam se abeberar da cultura da Capital do Estado. Ótima oportunidade, um colégio ao prever apenas um passeio turístico, é como se fosse uma aula, magnifica aula, barato; então, também essa é a intenção.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Indiscutível, Ver. Pedro Américo Leal, e V. Ex.ª tem razão, o Projeto de V. Ex.ª sobre o aspecto do mérito, é indiscutível. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº130/99.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Sr. Vereadores, a Zero Hora, hoje, em “Cartas”, publica: “Violência - Sinto profunda tristeza por termos um dos melhores locais do País para contemplar o pôr-do-sol e não podermos fazê-lo. Falo do Morro Santa Tereza, o mesmo local em que a escritora Lya Luft deixou de visitar, devido à violência. Eu mesmo fui vítima de brutalidade no local. Um de meus amigos foi roubado e, num ato impensado, persegui o ladrão, conseguindo reaver os pertences, mas, com menos sorte, teria morrido. É lamentável: violência, miséria e insegurança. Até quando? Leandro Facchini. Fotógrafo - Carlos Barbosa (RS).”

Pois, Ver. Pedro Américo Leal, retire este Projeto. Não faça mais este tipo de projeto. Este Projeto é muito inteligente, é um projeto competente, não faça isso, pois isso está ligado a um tabu de Porto Alegre chamado turismo. Turismo que é coisa de burguês, é vilipêndio, abjeção. As pessoas têm nojo de turismo no Rio Grande do Sul. Conseguiram transformar a EPATUR numa subseção da SMIC. E, quando esta Câmara pedia uma Secretaria Municipal de Turismo, disseram que não, que iriam fazer um escritório de turismo. Sabem por quê? Porque ela se encarregaria de transformar em atração turística o Morro da Polícia, aquele local maravilhoso, paradisíaco, hoje abandonado e inacessível. Não se pode ir de carro no Morro da Polícia hoje. Dizer que a Brigada Militar faz plantão no Morro Santa Teresa é ridículo. Olhem essa cena de violência aqui. Onde está a Brigada Militar? Onde está o plantão? Ninguém vai no Morro Santa Teresa, onde havia o Restaurante Panorâmico maravilhoso. Foi tudo fechado. Ninguém quer passar por lá.

Quero lembrar ao amigo que, nessa “linha verde” magnífica, onde se poderia ir em um ônibus especial, passar pelos pontos mais bonitos da Cidade, como por exemplo, no Lami, lá se construiu um aterro sanitário para mostrar à população como nós prestigiamos os lugares mais bonitos de Porto Alegre, o Aterro da Extrema. Fizemos um aterro para mostrar às crianças dos colégios como aproveitar a ecologia, a beleza.

Vereador, por favor, não faça isso, porque o senhor vai criar um problema muito sério. Eles vão ter que criar a Secretaria Municipal de Turismo. E isso é coisa que está fora da cartilha! Isso é coisa ridícula! Turismo é uma coisa tão ruim e tão ridícula que chega a dar emprego! Para cada emprego direto dá cinco indiretos. E o que fazemos? Turismo é coisa de burguês, esquece!

 

O Sr. João Dib: V. Ex.ª me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, a presença do Secretário de Administração e do Secretário da Fazenda, já que V. Ex.ª fala em Secretaria Municipal de Turismo, talvez nos diga por que a EPATUR continua funcionando se já foi extinta. Eu tenho em mãos a ata da reunião.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Mas quem dera que elas continuassem funcionando, ao invés de ser extintas!

 

O Sr. João Dib: Eles levaram tantos anos tentando extinguir, conseguiram extinguir e, agora, continua funcionando.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cláudio Sebenelo, nós podemos ter debilidades, deficiências na questão de política de turismo, mas nós estamos, finalmente, incrementando uma política de turismo que nunca houve nesta Cidade, de todos os governos de todos os partidos. Nós temos debatido esta questão na Comissão de Economia e, inclusive, vou passar para V. Ex.ª o caderno com as notas de publicação de todos os debates e as contribuições que nós temos dado para a Prefeitura e para o Município de Porto Alegre.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Ver. Adeli Sell, apesar do seu aparte ser muito bem intencionado, e V. Ex.ª tem lutado para que seja aberta uma Secretaria de Turismo, mas, há doze anos no poder, por que não abriram ainda? Por favor! Porto Alegre, pela sua beleza física, Cidade magnífica, de uma beleza inigualável, pelo seu povo fidalgo, receptivo, amável, nós temos todo um caldo de cultura fértil para crescer uma grande Secretaria de Turismo. Essa é a nossa tese. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): O Ver. Giovani Gregol está com a palavra para discutir o PLL nº130/99.

 

O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero louvar, aqui, ensejar, desejar, que o Ver. Pedro Américo Leal continue apresentando projetos como este.

Eu tive a satisfação de estar aqui, votar a favor e elogiar, recentemente, um projeto que tratava da impermeabilização do solo, contra a impermeabilização do solo, pelo menos nos grandes estacionamentos, como nós temos nos Shoppings, nos grandes centros comerciais e outras áreas da Cidade de Porto Alegre, que estavam merecendo. E este Projeto é autorizativo, sim. A Casa, no meu segundo mandato, que foi concluído em 1996, como titular desta Casa, já voltando da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, fez um grande debate se deveria ou não, e eu me insurgi, porque havia uma filosofia, Vereadores, aliás eu quero fazer um parêntese e saudar aqui de minha parte todo o público aqui presente, principalmente os funcionários, os trabalhadores que são públicos, e outros que estão aqui prestigiando mais uma Sessão da Câmara Municipal de Porto Alegre. Fechado o parêntese eu queria dizer que havia então uma tendência de Vereadores que às vezes baixam umas normas desconhecidas, Ver. Juarez Pinheiro, que projeto autorizativo não podia. Outra norma: que Vereador não podia falar tanto; e eu dizia: mas nós estamos num Parlamento, e Parlamento vem de parlar, justamente de falar. Se nos é cassado o direito de falar como é que nós vamos exercer a Democracia? O livre direito de manifestação e expressão que é sagrado? E na época eu me insurgi, nós vencemos. Vejam bem, esse belíssimo Projeto, Vereador, se vingasse aquela lei não escrita e às vezes nós sabemos que as leis não escritas são mais fortes que as leis escritas, não teríamos esta oportunidade.

Turismo é muito importante, sim, o Ver. Cláudio Sebenelo se equivocou, ninguém considera turismo coisa de burguês. Nós queremos turismo, sim, inclusive nós queremos turismo para a população de baixa renda, não só o turismo de classe A. Porto Alegre, por exemplo, exporta turismo. Olha, eu conheço razoavelmente o setor, porque as agências de turismo de Porto Alegre, o que exportam de Porto Alegre, do Estado, até de fora, turistas que vão para o Exterior gastar nos Estados Unidos, na Disneylândia, por exemplo, na Disneyworld, que vão gastar aquele dinheiro, que vão dar empregos lá fora enquanto que nós temos que atrair turistas e o próprio turista local, porque muitas vezes o porto-alegrense não conhece, o porto-alegrense que vive aqui, o porto-alegrense nato como eu, que nasceu aqui, ou que adotou esta Cidade ou foi adotado por ela, conhece pouco, conhece mal a sua Cidade. Inclusive os locais que foram aqui citados: o Morro do Osso, que foi transformado em Parque por luta da qual eu participei com toda a comunidade da Zona Sul, as entidades ambientalistas, que foi transformado na gestão do Partido dos Trabalhadores, não foi lembrado aqui pelos vereadores de oposição que me antecederam, que têm lá um centro de triagem, ainda não está totalmente consolidado como nós queremos aquele parque municipal, mas nós criamos o parque. O Morro da Policia foi bem lembrado, tem que se fazer muito por aquela área que já foi uma área com restaurante, com parque de diversões, hoje há insegurança, o acesso difícil.

Vejo que o Vereador que me sucedeu na Secretaria Municipal do Meio Ambiente presta atenção, porque é um homem que conhece o assunto, sabe da importância, sabe da beleza desses locais públicos. O Morro da Polícia tem de ser melhor aproveitado, sim; é uma lacuna na nossa política, nós estamos implementando essa política. O importante é ter política. O nome, o rótulo do órgão, se é secretaria, se não é, pouco me interessa.

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Inscreve-se o Ver. José Valdir e cede o tempo ao Ver. Giovani Gregol, com a aquiescência dos demais Vereadores.

 

O SR. GIOVANI GREGOL: Agradeço a gentileza do companheiro Ver. José Valdir. O rótulo pouco me interessa, e eu dizia, Ver. João Dib, com a autoridade de quem, sendo Vereador titular nesta Casa, não votou a favor da extinção da EPATUR, quero que V. Ex.as lembrem disso, e eu não votei por consciência, por divergência política mesmo, porque eu acreditava que a EPATUR não deveria ser extinta naquele momento, como não foi, sem que se tentasse que ela cumprisse os seus objetivos. E infelizmente, a EPATUR, por várias razões, não se mostrou - hoje sou consciente disso - o melhor caminho para implementar uma política verdadeira de turismo, efetiva, na Cidade de Porto Alegre. Mas ninguém pode dizer que o Partido dos Trabalhadores, que a Frente Popular não está fazendo isso, estão aí as provas concretas. E nós sabemos que a média de permanência dos visitantes da Cidade era, há cinco anos, menos de vinte e quatro horas, quer dizer, pessoas que vinham a negócios, visitar parentes não usufruíam de toda essa beleza urbanística e, principalmente, natural, em cima da qual Porto Alegre está assentada.

 

O Sr. João Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª fala muito bem do Morro da Polícia, para ser explorado turisticamente. Não é bem o tema da discussão do Projeto, mas vai-se aproveitar, talvez, se a Prefeitura, o Executivo Municipal deixar sobrar alguma coisa do Morro da Polícia, porque os morros estão sendo invadidos por habitações sem controle nenhum, sem nenhum controle, e a EPATUR, de que a Prefeitura detinha 99% das ações, agora, não sei como é que continua, e só tem dois terços das ações, não sei o que fizeram com as outras ações que não tinham valor nenhum, mas em todo o caso, como V. Ex.ª falou, vou lembrar.

 

O SR. GIOVANI GREGOL: Muito obrigado, Vereador.

Bem, quanto ao Morro, a não ser que se faça como em Minas Gerais que se tirou, graças à mineração desastrosa, há uma famosa poesia de Carlos Drumond de Andrade, dizendo: “Belo Horizonte já não é mais”, porque tiraram uma montanha do lugar. Essas coisas acontecem no nosso País. A mineração, aliás, de uma multinacional, conseguiu fazer. Isso não há em Porto Alegre, embora tenhamos algumas pedreiras em funcionamento, mas dentro das normas que a lei manda, ambientais, que terão que ser recuperadas, quando concluírem as suas atividades, segundo manda a lei vigente, mas, realmente, o Morro da Polícia tem que se falar. Agora, não é só o Morro da Polícia, não! O Morro Santa Teresa, ali tenho uma proposta de ampliar aquela área, onde existe aquela pracinha, aquele belvedere, ali, realmente teria que se ampliar, porque há uma área pública abaixo, que poderia ser ampliada, se colocar restaurantes. Também houve um Vereador que reclamou que se extinguiu, que havia um restaurante lá e foi fechado, isso não é culpa do PT, da Administração. Era um restaurante particular, minha gente, não vamos a tanto. Era um restaurante, uma iniciativa da iniciativa privada, que a oposição tanto defende, nesta Casa, e que uma rádio comprou o local. Então, se queixem do empresário que fechou o restaurante e do dono da rádio que abriu. Era um terreno privado, o PT não tem nada com isso. Podemos até criar incentivos, mas isso é uma outra conversa. Foi dito, aqui, como se a administração PT tivesse fechado o restaurante, que aliás já houve lá no Morro da Polícia também.

Eu quero falar um pouco da Praça da Matriz, porque moro ali do lado e freqüento quase que diariamente a Praça da Matriz. A Praça da Matriz foi adotada, dentro do Projeto “Adote uma Praça”, que é anterior à primeira Administração do PT, na época do Prefeito e hoje Governador, Olívio de Oliveira Dutra, que reformulamos, quando estivemos na SMAM e antes de Olívio Dutra já havia esse Projeto, quero deixar bem claro, acho que foi na época do Guilherme Socias Vilella, faço jus, que surgiu esse Projeto, mas enfim foi no Governo da extinta ARENA, que Deus a tenha. Mas, Ver. Elói Guimarães, a Praça da Matriz, que é a principal Praça da Cidade - estão ali os monumentos principais, estão ali os prédios públicos principais -, foi adotada pela Assembléia Legislativa e pelo Tribunal de Justiça do Estado.

Concluo, dizendo que a Praça da Matriz está muito malcuidada. Assumo, por conta e risco, vou lá, com qualquer um que agora está me assistindo; vou lá, com o Presidente da Assembléia; vou lá, com o Presidente do Tribunal de Contas do Estado, vamos ver aqueles canteiros, aquilo está depredado, está sujo, está malcuidado. Eu tenho vergonha quando vejo alguns ônibus de turismo despejarem turista ali em certos dias, em certos momentos da semana. A Praça da Matriz, que está adotada, não é responsabilidade direta da Administração Popular, ela está adotada por uma instituição chamada Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e o Tribunal de Justiça do Estado, que estão cuidando muito mal da nossa Praça da Matriz. Era hora de alguém ter coragem de dizer isso aqui nesta Casa. Eu venho pouco aqui, porque sou Suplente, mas quero deixar isso registrado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Comunicamos o recebimento do Ofício nº 354/00, do Sr. Prefeito Municipal, comunicando a esta Casa que estará se ausentando do Município nos dias 11 e 12, onde irá participar da reunião da Secretaria Regional da América Latina e do Caribe - METRÓPOLIS, a convite do Prefeito do Rio de Janeiro, Sr. Luiz Paulo Conde e, no dia 13, também a convite da Intendência de Montevidéu, para participar da posse do novo Intendente daquela Cidade, o arquiteto Mariano Arana.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão Extraordinária.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h31min.)

 

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